Governo investirá R$ 34 bilhões para fortalecer as exportações brasileiras
05/10/2008
Anúncio foi feito pelo secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, durante o Seminário Política de Exportação e Defesa da Indústria Brasileira promovido pelo Sistema Fiep
Um montante de R$ 34 bilhões está disponível no orçamento da União para fomentar as exportações brasileiras até 2010. O recurso será investido em ações que fazem parte da estratégia brasileira de aumento das exportações, entre elas a elevação da competitividade da base exportadora brasileira (R$ 21 bilhões), a agregação de valor às exportações (R$ 4 bilhões), o aumento da base exportadora (R$ 8 bilhões), a ampliação do acesso a mercados (R$ 9 bilhões) e o incremento às exportações de serviços (R$ 1 bilhão). A informação foi prestada pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, durante o Seminário “Política de Exportação e Defesa da Indústria Brasileira” nesta sexta-feira (03), em Curitiba.
Barral ministrou a palestra “A Estratégia Brasileira de Exportação” e apresentou os objetivos, as estratégias e as metas da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, criada a partir de uma reunião de todos os órgão governamentais ligados ao comércio exterior para fazer parte da agenda de ações do governo até 2010 para mais de 40 pessoas entre empresário, estudantes e profissionais da área, durante o evento promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), Conselho Temático de Comércio Exterior e da Unindus, em parceria com o MDIC.
A estratégia brasileira para elevar as exportações prevê o aumento da competitividade brasileira frente ao novo panorama internacional. A meta é ampliar a participação brasileira nas exportações mundiais. “A PDP busca aumentar o número de empresas exportadoras, ampliar a participação de produtos com maior conteúdo tecnológico, diversificar a pauta exportadora e principalmente os países de destino das exportações”, afirmou Barral.
De acordo com ele, aumentar a competitividade da base exportadora brasileira, agregar valor às exportações, ampliar o acesso a mercados e incrementar as exportações de serviços são as estratégias do governo federal para aumentar a competitividade brasileira para dar sustentabilidade ao atual ciclo de expansão. Para aumentar a competitividade da base exportadora, deve-se facilitar o acesso ao crédito, desburocratizar e facilitar o comércio exterior e melhor a infra-estrutura de transportes. Para agregar valor às exportações, deve-se incentivar a inovação nas empresas e fomentar a eficiência das cadeias produtivas.
Já para aumentar a base exportadora, é preciso promover a capacitação, o acesso à informação e conceder apoio financeiro para exportações das pequenas empresas. Para ampliar o acesso a mercados, deve-se ampliar a rede de acordos internacionais, reforçar os instrumentos de inteligência e promoção comercial, superar barreiras não-tarifárias às exportações brasileiras e incentivar a internacionalização das empresas brasileiras. Por fim, para incrementar as exportações de serviços é preciso aprimorar os sistemas de informação e gestão sobre o comércio de serviços, ampliar o crédito e desonerar as exportações, capacitar prestadores de serviços para o comércio exterior e promover exportações de serviços.
“Ampliar a capacidade de oferta; manter o equilíbrio do Balanço de Pagamentos; elevar a capacidade de inovação; fortalecer as Micro e Pequenas Empresas são os desafios do desenvolvimento produtivo do País. Para isso, a PDP visa ampliar o investimento fixo do PIB, elevar o investimento privado em P&D, ampliar a participação nas exportações mundiais e aumentar o número de MPEs exportadoras“, explicou Barral.
Na ocasião, Ana Carolina Meneghetti Peres, coordenadora geral de apoio ao exportador, negociações e normas do departamento de Defesa Comercial da Secex, proferiu a palestra “Defesa da Indústria Brasileira”. “A Defesa Comercial é utilizada para inibir práticas desleais de dumping, subsídios e para remediar surtos de importações/salvaguardas, mas somente se houver dano ou prejuízo grave à indústria doméstica”, informou.
Ela apresentou algumas situações e os serviços que a Coordenação-Geral de Defesa da Indústria (CGDI) dispõem para a defesa das indústrias no comércio exterior. “Oferecemos diagnósticos e indicações de instrumentos mais factíveis e promovemos a interlocução com os órgãos do governo federal envolvidos com Comércio Exterior e Desenvolvimento e também com os parceiros comerciais do Brasil”, disse Ana Carolina. De acordo com ela, o objetivo da CGDI é defender a indústria nacional orientada para interesses estratégicos do Brasil, desenvolver uma produção nacional competitiva e garantir acesso a mercados externos prioritários.
“Em meio a essa crise econômica, saber o posicionamento do governo brasileiro para superar as crises ajuda as empresas a se prepararem, e superarem, as crises que ainda estão por vir. As empresas sabendo quais as linhas que podem utilizar, poderão fazer um planejamento interno”, afirmou Ardisson Akel, coordenador do Conselho Temático de Comércio Exterior da Fiep, que presidiu o evento.
Fonte: Fiep