Governo anuncia novas medidas para estimular o consumo no país

01/12/2011

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (1º) novas medidas para estimular o consumo no país. A redução de impostos para a compra de eletrodomésticos e aplicações financeiras (como empréstimos e investimentos na Bolsa de Valores) estão entre as principais medidas anunciadas.

O estímulo ao consumo tem como principal objetivo combater a queda das vendas no setor do varejo. O consumo continua sendo a principal aposta do governo para acelerar a economia do país e superar os efeitos da crise global.

"Vivemos numa situação complicada. Várias economias estão patinando com quedas no crescimento. Não deixaremos que essa crise contamine a economia brasileira", declarou o ministro.

As medidas passam a valer a partir de hoje, com as medidas sendo publicadas em uma edição extraordinária do "Diário Oficial".
Eletrodomésticos e pão francês

Entre os produtos da chamada linha branca, os que tiveram as as principais reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estão o fogão (de 4% para 0), a geladeira (de 15% para 5%), a máquina de lavar (de 20% para 10%) e o tanquinho (de 10% para 0). As medidas valem para os estoques nas lojas e vão vigorar até 31 de março de 2012.

A redução do imposto para o trigo, farinha do trigo e do pão francês foi prorrogada até o fim de 2012.
Bolsa de Valores

O governo decidiu cortar para zero o IOF sobre aplicações em Bolsa. Segundo Mantega, o governo também está eliminando o IOF de investimentos estrangeiros em debêntures de infraestrutura.
Governo já dava sinais que medidas seriam anunciadas

O ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, tinha adiantado ontem que o governo anunciaria medidas para estimular o consumo no país, incluindo a flexibilização das restrições ao crédito anunciadas neste ano, aumento no prazo de pagamentos e eliminação da entrada em financiamentos.

Nas últimas semanas, a presidente Dilma Rousseff tem repetidamente pedido aos brasileiros que continuem consumindo e que as empresas mantenham sua produção.
Selic

Ontem (30), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual, indo de 11,5% para 11% ao ano. É a menor taxa do governo Dilma.

A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo.
Governo tentava reduzir o consumo

Em meados do ano, o governo adotou medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Países ricos vão atuar em conjunto

Ontem (30), os bancos centrais das seis principais economias desenvolvidas informaram que tomarão medidas coordenadas para impedir a falta de dinheiro no sistema financeiro global.

O movimento é liderado pelo BC dos Estados Unidos, que cortou a taxa que cobra dos outros bancos centrais para compra do dólar.

Fonte:
Uol Economia
(Com informações da Reuters e Agência Estado)