Geraldo Alckmin é o candidato do PSDB

09/01/2009

Geraldo Alckmin é o candidato a presidente da República do PSDB. O partido teve de optar entre ele ou o prefeito de São Paulo, José Serra

É o primeiro partido a indicar formalmente seu candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), será o candidato do partido a presidente, depois de um processo de escolha de dois meses, em que a legenda, pouco afeita a disputas internas, teve de optar entre ele e o prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB).

Nos três discursos do anúncio, repetiu-se, como um mantra, a pregação da unidade partidária; mas o objetivo desse sermão, o preterido Serra, não esteve presente.

Alckmin iniciou a escalada anunciando três bandeiras – da ética, da eficiência e das reformas.

“Um banho de ética no governo brasileiro; a bandeira da eficiência, fechando todas as torneiras do desperdício, e a bandeira das reformas, que vão possibilitar ao País avançar com firmeza, num grande projeto de desenvolvimento”, disse, dando, na largada, o tom da futura campanha.

Bateu firme: “O Brasil não agüenta mais essa onda de corrupção que assolou o País, o país sem projeto, com crescimento raquítico, um marasmo verdadeiro, num mundo marcado pela mudança e pela rapidez das coisas.”

Ele pregou a construção de “um grande projeto nacional de desenvolvimento, com ousadia e com grandeza, à altura do povo brasileiro, para sonharmos, trabalharmos e vencermos”.

Segundo Alckmin, “o Brasil tem pressa, sim, pressa de crescimento, de emprego, de renda, de salário, para que os filhos possam ter uma vida melhor que a de seus pais. País das oportunidades – este é o nosso grande desafio.”

O governador de São Paulo alvejou o ponto fraco do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT: “Para nós, política é serviço, não é instrumento de luta patrimonialista.” Alckmin lembrou “o grande homem público que é Serra”.

O evento para o anúncio do candidato foi preparado na grande sala do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, mas depois foi transferida às pressas para a acanhada sede da sigla na capital.

O que seria um evento acolhido por painéis de Portinari e Djanira e quatro arcazes de jacarandá claro (grandes arcas com gavetões, usadas em sacristias, para guardar vestes e objetos sagrados), dos séculos 17 e 18, aconteceu no quintal com piso asfáltico da sede da agremiação, em frente a uma caixa d’água de 10 mil litros.

O palanque, improvisado com alguns praticáveis, foi pequeno para tantos personagens que quase projetaram para fora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Além do homenageado, com a primeira-dama, Lu Alckmin, e a filha Sofia, lá estavam os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Pará, Simão Jatene (PSDB), do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB) e da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), além do presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e vários parlamentares, até mesmo o secretário-geral da legenda, deputado Eduardo Paes (RJ), e o pré-candidato a governador Alberto Goldman (PSDB), serristas.

Não havia políticos do PFL – nem o senador Agripino Maia (RN), dado como certo como vice na chapa de Alckmin.

No fim, Alckmin recebeu uma faixa presidencial de mentirinha do humorista Carlos Alberto da Silva, imitando Lula para o programa “Pânico na TV”.

Alckmin gostou. Mas quando Silva tentou lhe colocar uma peruca, um segurança a arrebatou com certa violência.

O humorista explicou que era para livrá-lo da careca: “É dos carecas que elas não gostam mais”, frisou.

Só perdeu uma eleição até hoje

Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho nasceu em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, em 7 de novembro de 1952.

Formado em medicina pela faculdade de Taubaté, com pós-graduação em anestesiologia, Alckmin não chegou a exercer a profissão, optando pela carreira política aos 19 anos, quando disputou um cargo de vereador em sua cidade.

O governador até hoje é o candidato proporcionalmente mais bem votado da cidade, com mais de 10% dos votos válidos.

Alckmin se elegeu prefeito de Pindamonhangaba quatro anos depois, em 1976, quando se destacou pelo asfaltamento de quase 200 vias da cidade.

Em 1982, Alckmin partiu para a carreira na Assembléia Legislativa de São Paulo, elegendo-se com mais de 96 mil votos pelo PMDB.

Foi para a Câmara dos Deputados em 1986, filiou-se ao PSDB em 1988 e se reelegeu em 1990.

Em 1994 disputou na chapa de Mário Covas a disputa pela vice-governança. Elegeu-se, e conseguiu a reeleição em 1998.

No governo Covas, Alckmin foi o responsável pela condução do Programa Estadual de Desestatização (PED), que conseguiu vender boa parte de companhias estatais de geração de eletricidade, como uma parte da própria Companhia de Energia de São Paulo (Cesp) e de outros setores, como as estradas principais do Estado que foram repassadas para a iniciativa privada.

Em 2000, Alckmin disputou o cargo de prefeito de São Paulo, mas perdeu pela primeira vez uma eleição, derrotado por Marta Suplicy (PT-SP).

Em 6 de março de 2001, com a morte do governador Mário Covas, assumiu o governo de São Paulo, cargo para o qual foi reeleito no ano seguinte e ocupa até hoje.

No seu Governo realizou vários programas de atração da livre iniciativa para o Estado, reduzindo o ICMS para vários produtos e nos investimentos.

Enfrentou também a oposição ao seu governo na Assembléia Legislativa, principalmente a feita pelo PT, que o criticou e critica, segundo os deputados, por ter evitado a instalação de várias CPIs estaduais.

Fonte:
O Regional
(Agência Estado)