Gastos de turistas brasileiros no exterior foram os que mais cresceram em 2010

17/01/2011

Os gastos dos turistas brasileiros no exterior foram os que mais cresceram em 2010, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela OMT (Organização Mundial do Turismo, na sigla em inglês). A expansão foi de 52% em relação a 2009.

Os dados corroboram o resultado recorde apresentado no mês passado pelo Banco Central, relativos ao acumulado entre janeiro e novembro: os gastos no período ficaram em R$ 24,9 bilhões (US$ 14,67 bilhões), contra R$ 16,43 bilhões (R$ 9,68 bilhões) no mesmo período de 2009.

Trata-se do maior valor desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1947. O valor também representa um aumento de 51,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O total do ano passado ainda não foi divulgado.

As receitas deixadas por estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a R$ 948 milhões (US$ 560 milhões) em novembro. Nos 11 meses do ano, essas receitas somaram R$ 9 bilhões (US$ 5,3 bilhões).

Logo atrás do Brasil ficaram Arábia Saudita (28%), Rússia (26%) e China (17%), segundo a organização.

O crescimento mundial do setor de turismo em 2010 foi de 6,7% – não só compensando a queda de 4% vista em 2009 como superando em 2,5% o nível máximo anterior à crise.

O secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, disse que a recuperação reflete a situação econômica global e dominará 2011, mas o ritmo será mais lento – de entre 4% e 5%.

– Agora o desafio será consolidar este crescimento nos próximos anos em meio a um incerto entorno econômico mundial.

Dólar baixo

O dólar caiu para R$ 1,65 no último dia 3 (o primeiro de negociações de 2011) e continua abaixo de R$ 1,70, apesar das medidas do Banco Central para segurar o recuo da moeda. A preocupação do governo com a valorização do real frente ao dólar se dá pelo seguinte: com o real valorizado – e, portanto, o dólar barato -, os produtos brasileiros perdem a competitividade no mercado internacional – ou seja, ficam mais caros que os produtos similares vendidos por outros países.

Isso é ruim no curto prazo, porque leva a uma queda de empregos na indústria exportadora, e no longo prazo, porque o Brasil perde mercados que levou anos para conquistar. Outro problema é que os produtos importados ficam mais baratos para os brasileiros, e com isso, invadem as prateleiras. A indústria brasileira é novamente afetada, pois os produtos brasileiros perdem competitividade também aqui dentro.

A vantagem é que, baixa como está, a cotação da moeda americana abre a janela para que consumidores tenham acesso a produtos que nunca imaginaram ver em suas casas e para viagens que nem imaginavam conseguir fazer. Valéria Pereira, da agência de viagens Rede G, disse ao R7 que, de um ano para cá, a procura dos brasileiros por viagens para o exterior cresceu cerca de 25%. Os principais destinos são Estados Unidos (Miami, Orlando, Nova York), Europa (França, Portugal e Itália) e Argentina.

Fonte:
R7
Efe