Gasolina passa a ter mais álcool

09/01/2009

A proporção de álcool anidro na composição da gasolina vendida nos posto de combustível sobe, a partir desta segunda-feira (20), de 20% para 23%, seguindo a resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) publicada do Diário Oficial da União no último dia 13.

Segundo os revendedores de combustíveis, a medida pode ser boa para o bolso dos consumidores. O preço da gasolina pode diminuir um pouco, já que o álcool é mais barato. “Porém, como ainda há estoques nos postos, isso só deve acontecer no fim desta semana”, avalia José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro). De acordo com os cálculos preliminares realizados pelo próprio governo federal, a medida pode trazer uma redução inicial de 1,5% no preço da gasolina vendida nos postos. A redução é esperada porque o álcool anidro é mais barato e porque sobre ele não há a incidência de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e nem da Contribuição de Intervenção Sobre o Domínio Econômico (Cide).

A queda no preço da gasolina, no entanto, pode não durar muito tempo. Isso porque o aumento da proporção do anidro adicionado à gasolina deve naturalmente pressionar o preço do álcool. O aumento da percentagem de álcool na gasolina anunciado pelo governo deve gerar um consumo adicional de 60 milhões de litros de álcool por mês. Nas usinas de cana-de-açúcar do País o estoque atual de álcool se aproxima da marca de 5,1 bilhões de litros, o que justifica a mudança na composição da gasolina.

O Cima, que decidiu a alteração atendendo a pedido dos usineiros, tem participação de membros dos ministérios da Fazenda, Minas e Energia, Casa Civil e Agricultura. O governo ainda estuda a possibilidade de aumentar ainda mais a quantidade de álcool na gasolina. A idéia é elevar a percentagem para 25%, como pediram inicialmente os usineiros. Apesar das chances de redução no preço do combustível agora, Gouveia acredita que, no ano que vem, o álcool pode provocar um aumento no preço da gasolina. Atualmente, a oferta de álcool está em alta, mas em fevereiro, quando acontece a entressafra da cana-de-açúcar (no Centro-Sul do País), pode ocorrer um aumento no preço”, disse.

Como mais de 70% dos carros vendidos atualmente no Brasil são capazes de rodar com álcool, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção, a ordem é fazer as contas. Só é vantagem abastecer com álcool quando o seu preço corresponder a, no máximo, 70% do valor da gasolina. Dessa forma, o consumidor deve multiplicar o preço da gasolina por 0,7. Se o resultado for maior que o preço cobrado pelo álcool na bomba, é mais vantajoso colocar álcool no tanque. Do contrário, o melhor mesmo é usar a gasolina. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), nesta segunda, o preço médio do litro de álcool combustível em Pernambuco é de R$ 1,61 e o da gasolina, de R$ 2,53, o que indica vantagem para a utilização do combustível verde.

Fonte:
JC Online