Gasolina é mais vantajosa que álcool

Em todo o País, abastecer com gasolina segue mais vantajoso que utilizar o álcool. No Ceará, segundo dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram pesquisados 228 postos de combustível. Em relação à gasolina, o preço médio no estado ficou em R$ 2,80. O valor cobrado pelo etanol ficou em uma média de R$ 2,25, pesquisado em 210 postos. Os números se referem à semana entre os dias 22 e 28 de janeiro.

Em Fortaleza, o preço médio da gasolina é de R$ 2,548, com um preço mínimo de R$ 2,439 e máximo de R$ 2,79. Já para o etanol, a média é de R$ 2,079, com valor mínimo de R$ 1,98 e máximo de R$ 2,269. Apesar de mais barato, o etanol rende menos do que a gasolina, por isso só é mais vantajoso abastecer o veículo com álcool se o valor do combustível na bomba for inferior a 70% do preço da gasolina.

A preferência pela gasolina na hora de abastecer já era esperada, segundo o presidente licenciado do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Ceará (Sindipostos), Guilherme Meireles. Ele explicou que, enquanto não houver uma redução no preço do etanol, a gasolina continuará mais vantajosa. Além disso, até abril a cana-de-açúcar está em período de entressafra.

“Há muito tempo que é mais vantajoso abastecer com gasolina no Ceará. O etanol perdeu competitividade. Ele explicou que, para o usineiro, produzir açúcar é mais lucrativo que investir em álcool. “Enquanto o preço do açúcar não cair, o usineiro vai continuar investindo onde ganha mais dinheiro. Ouvi um usineiro dizer que produz álcool de favor, mas ganha muito mais com açúcar”.

Meireles lembrou que o valor da gasolina não deverá aumentar este ano nas refinaria “porque é ano eleitoral”, mas lembrou que o combustível sofre a influência do etanol, que possui 20% dele na composição.

Os dados da ANP mostram que Goiás é o estado onde a proporção álcool/gasolina (70,6%) fica mais próxima do patamar, com o álcool a R$ 2,003 e a gasolina a R$ 2,839. Em São Paulo, o percentual é 71,0%. A proporção em Roraima foi de 89,5%.

Fonte:
Jornal de Hoje