FMI eleva para 2,1% estimativa de crescimento da economia brasileira em 2023

25/07/2023

Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua estimativa para o crescimento da economia brasileira de 1,9% para 2,1% em 2023. A projeção consta do relatório Perspectiva Econômica Global, publicado nesta terça-feira (25).

Para 2024, no entanto, a estimativa foi revista para baixo em 0,3 ponto porcentual, para uma expansão de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o FMI, a revisão para cima na estimativa deste ano se deve “ao aumento na produção agrícola no primeiro trimestre de 2023, com repercussões positivas na atividade em serviços”.

A economia brasileira superou as expectativas no primeiro trimestre com uma taxa de crescimento de 1,9%, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas. Mas a política monetária restritiva ainda deve pesar com mais intensidade sobre a atividade à frente, contendo a expansão.

Após esse resultado do PIB as projeções do FMI feitas em abril foram criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse desejar provar que o Fundo estava errado sobre sua perspectiva para o crescimento do país.

Mas mesmo com a revisão, a estimativa do FMI para 2023 ainda é um pouco mais pessimista do que a do Ministério da Fazenda, que este mês passou a calcular um crescimento de 2,5% para o PIB deste ano, contra previsão de 1,9% feita em maio. Para 2024, a pasta apresentou estimativa de alta de 2,3%, a mesma de maio.

O desempenho melhor esperado do Brasil foi um dos motivos por trás da melhora de 0,3 ponto na estimativa para o crescimento da América Latina e Caribe, para 1,9%, em 2023.

Reflete também um crescimento mais forte esperado para o México, com aumento de 0,8 ponto percentual na estimativa, a 2,6%, o que representa portanto um desempenho melhor do que o do Brasil, devido à recuperação pós-pandemia em serviços e em meio à resiliência da demanda dos Estados Unidos.

Para 2024, a previsão para a região da América Latina e Caribe permaneceu em expansão 2,2%.

Já para o grupo de Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, o FMI melhorou sua projeção de expansão em 2023 em 0,1 ponto percentual, mas piorou a de 2024 pela mesma magnitude, a, respectivamente 4,0% e 4,1%.

PIB global

Em meio ao arrefecimento das tensões bancárias, o FMI melhorou a previsão para o crescimento econômico do planeta este ano. A instituição, no entanto, alerta para “desafios persistentes” no cenário, diante do compromisso de bancos centrais na luta contra a inflação.

O FMI elevou a projeção para a expansão do PIB global em 2023, de 2,8% a 3,0%, o que representaria uma desaceleração após o avanço de 3,5% em 2022. Para 2024, a estimativa se manteve igual à do relatório de março, também em 3,0%.

O documento diz que os países desenvolvidos devem conduzir a desaceleração mundial, e o PIB das economias avançadas deve crescer 1,5% neste ano, contra 2,7% do ano passado. O valor também foi revisado para cima: em abril, o FMI esperava que o crescimento fosse de 1,3%. Para 2024, a projeção de alta no PIB também foi mantida, a 1,4%.

Já os países emergentes e em desenvolvimento devem crescer acima da média, diz o relatório. O FMI revisou para cima o crescimento em 2023 em 0,1 ponto porcentual e projeta alta de 4% no PIB destes países, mesmo valor apresentado em 2022. Para 2024, porém, a previsão foi revisada para baixo em 10 pontos-base e agora o Fundo espera crescimento de 4,1%.

Segundo o fundo, a “resiliência” no crescimento de curto prazo se dá à queda nos preços de energia e alimentos após a guerra na Ucrânia, e à “ação enérgica das autoridades” para conter a instabilidade bancária que abalou o mercado em março com as quebras dos bancos Silicon Valley Bank, nos EUA, e Credit Suisse, na Suíça.

Porém, o FMI avalia que o aperto monetário pelos bancos centrais tem feito a atividade global perder força, com desaceleração no crescimento do crédito ao setor não financeiro. Enquanto isso, o núcleo da inflação tem se mostrado resistente no mundo, com destaque para os países desenvolvidos, e a inflação de preços tem subido a níveis mais acentuados que a inflação de salários, pontua o Fundo.

Fonte: CNN Brasil

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