Exportações do agronegócio crescem 99%
09/01/2009
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que o agronegócio foi um dos setores que mais cresceu na economia brasileira no período entre 2002 e 2006. Nesses cinco anos as exportações de produtos agropecuários registraram 99% de crescimento. Foram US$ 24,8 bilhões em 2002, contra US$ 49,4 bilhões no ano passado. O maior incremento –– 243% –– veio do setor sucroalcooleiro, seguido das carnes que tiveram expansão de 170% e do café, em terceiro, cujo índice foi de 143%.
Segundo o ministro Luiz Carlos Guedes Pinto, esse desempenho, que ele classifica de extremamente positivo, aconteceu mesmo diante de adversidades registradas nas últimas safras, como a seca, a valorização do real, os problemas sanitários e a queda das cotações internacionais dos grãos no mercado mundial.
Para Guedes, esse resultado é fruto da competência dos produtores brasileiros, aliada a uma maior agressividade nas ações promocionais desenvolvidas no exterior e à tecnologia desenvolvida no Brasil. O ministro entende que os agricultores brasileiros são competitivos demais e que o país detém a mais avançada tecnologia de agricultura tropical do mundo.
Para 2007, a expectativa do Mapa é que se repitam os resultados verificados em 2006, com o setor sucroalcooleiro mais uma vez na liderança, considerando-se o quadro bastante favorável ao açúcar e ao álcool combustível no mercado externo.
De acordo com o levantamento feito pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, no ano passado, as vendas externas de açúcar somaram US$ 6,2 bilhões, um salto de 57,4% em relação a 2005, quando o setor movimentou US$ 3,9 bilhões.
Os embarques de álcool alcançaram US$ 1,6 bilhão, contra US$ 765,5 milhões do período anterior. Já o volume do álcool exportado registrou crescimento de 31% e os preços foram 60% superiores em 2006.
Na avaliação do ministro, o setor sucroalcooleiro é um dos que mais atraem investimentos para o agronegócio nacional, tendo sido instaladas 12 novas destilarias no país em 2006, havendo a previsão de esse número cresça para 17, este ano. As novas agroindústrias estão concentradas na região Centro-Sul, mais especificamente em São Paulo.
Atualmente há 360 unidades produtoras de açúcar e álcool em todo o Brasil, com uma renda anual de R$ 40 bilhões e uma geração de um milhão de postos de empregos diretos.
CARNES – Outro aspecto destacado por Guedes é o crescimento das exportações de carnes no período 2002/2006. Só no ano passado o salto em relação ao período anterior foi de 5,5%, totalizando US$ 8,6 bilhões.
As vendas da carne bovina in natura aumentaram 29,6%, passando de US$ 2,4 bilhões para US$ 3,1 bilhões. Os embarques de frango e carne suína in natura totalizaram, US$ 3,2 bilhões e US$ 990 milhões, respectivamente.
Esse crescimento aconteceu mesmo diante do avento da febre aftosa nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, que teve reflexos também sobre os embarques de carne suína.
Na avaliação de Guedes, um dos maiores indicadores da competitividade do agronegócio brasileiro é o aumento da participação das carnes nacionais no mercado internacional, porque até o início da década passada os saldos da balança comercial do setor eram negativos.
Outro setor que expandiu suas exportações nesse período foi o da fruticultura, que passou de US$ 400 milhões em 2002 para US$ 702 milhões em 2006, incluindo os embarques de nozes e castanhas.
Esse crescimento teve como uma das alavancas o programa de produção integrada de frutas, sob coordenação do Mapa. Dados do ministério indicam que o programa permitiu a redução da aplicação de produtos químicos nos pomares, o que resultou em frutas mais saudáveis e seguras para os consumidores e na preservação do meio ambiente e da saúde do trabalhador rural.
Além desses cincos setores, Guedes lembra que desde 2004 o Brasil deixou de importar produtos lácteos, quando registrou um superávit de US$ 29,4 milhões.
Fonte:
Jornal de Piracicaba