Exportação de frango deve cair pelo menos 10% em 2006
09/01/2009
Os embarques deverão recuar 10,6%, para 2,544 milhões de toneladas, na comparação com as 2,846 milhões de toneladas exportadas no ano passado
Equipe AE
SÃO PAULO – A receita das exportações brasileiras de frango deverá, no cenário mais positivo, cair 10,1% este ano para US$ 3,153 bilhões, ante US$ 3,509 bilhões apurados no ano passado. A projeção é da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Os embarques deverão recuar 10,6% para 2,544 milhões de toneladas, na comparação com as 2,846 milhões de toneladas exportadas no ano passado. Tais números vão depender de um aumento de 5% no volume exportado e de 10% no preço do frango com relação ao primeiro semestre do ano.
Em um cenário mais pessimista, mantidos preços e volumes médios do primeiro semestre, a receita total do ano deverá recuar 16,8% para US$ 2,92 bilhões e os embarques poderão cair 12,8% para 2,482 milhões de toneladas.
Ricardo Gonçalves, presidente da Abef, acredita no cenário mais favorável se o temor com a gripe aviária diminuir no mundo. O executivo destacou que há uma expectativa de recuperação dos embarques já que a queda das vendas de maio para junho foi menor que nos meses anteriores. “Houve uma estabilização das vendas em torno das 195 mil a 200 mil toneladas, o que é um dado positivo neste momento”, afirmou.
Gonçalves não vê um impacto relevante da doença de Newcastle nas exportações do segundo semestre. Até agora, Argentina, Nova Caledônia (na Oceania) e Japão embargaram o produto brasileiro. A Argentina suspendeu as compras de frango do Rio Grande do sul, com exceção de produtos termo-processados. No caso do Japão, o embargo vale para produtos produzidos apenas num raio de 50 km a partir do foco da doença.
No primeiro semestre, a retração no consumo mundial, provocada pela disseminação da gripe aviária na Ásia, Europa e África fez as exportações brasileiras de frango cair 4,14% em receita (para US$ 1,458 bilhão) e 8,18% em volume (para 1,24 milhão de toneladas). Foi a primeira vez desde 2000 que as exportações recuaram no primeiro semestre. A queda do volume embarcado para a Europa (17%) e Oriente Médio (26%) foi parcialmente compensada pelo aumento das exportações para a América do Sul (75%), África (30%) e Ásia (5,7%).
O mercado asiático foi o maior comprador do frango brasileiro (30% das exportações), seguido pelo Oriente Médio (24%) e União Européia (13%).
Nas projeções para o segundo semestre, Ricardo Gonçalves ressalta que um dos objetivos da indústria é reforçar as exportações de frango industrializado, produto menos suscetível ao temor lançado pela gripe aviária. Os embarques deste tipo de produto, embora pequenos, aumentaram 40% no primeiro semestre, para 9.728 toneladas.
Fonte:
estado de S.Paulo