Exportação de carne suína encolhe 25% até maio
09/01/2009
Balanço divulgado pela Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína) mostra que a receita obtida pelo Brasil com a exportação de carne suína nos primeiros cinco meses do ano registrou uma queda de 25,24% nos primeiros cinco meses de 2006 em comparação com o mesmo período do ano passado.
De janeiro a maio, a receita acumulada foi de US$ 332 milhões frente aos US$ 444 milhões em 2005. O volume embarcado de carne suína teve uma retração similar. Foram exportadas 174.698 toneladas nos primeiros cinco meses deste ano, contra 234.410 no ano passado.
O embargo da Rússia às carnes brasileiras permanece como o principal motivo para a continuidade da queda no desempenho comercial do setor. No mês de maio, houve ligeira recuperação por conta do fim do veto da exportação da carne suína produzida no Rio Grande do Sul.
Os resultados, no entanto, ainda permanecem bem abaixo da capacidade da produção brasileira. Por conta de restrições físicas, as indústrias gaúchas habilitadas pela Rússia conseguem exportar, no máximo, 60% de sua capacidade, o que dificulta o aproveitamento do potencial do mercado russo.
Em termos de toneladas enviadas ao exterior, a queda ficou em 11,13% na comparação de maio de 2006 com o mesmo mês de 2005 (46.487 toneladas em maio passado ante 52.308 toneladas no ano passado). Em termos de receita, o recuo ficou em 2,81% (US$ 98,5 milhões no último mês contra US$ 101,3 milhões em maio de 2005).
Além da reabertura do Rio Grande do Sul, o aumento das exportações para Hong Kong (aumento de 28% no total de toneladas embarcadas nos primeiros cinco meses de 2006) e Cingapura (75% a mais em termos de toneladas em relação a 2005) também contribuíram para diminuir os números negativos do setor.
O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, foi à Moscou para acelerar a liberação das vendas de Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. A expectativa é que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também solicite maior agilidade por parte do governo da Rússia durante reunião de Ministros da Fazenda do G-8. Segundo Camargo, o Brasil precisa relembrar o compromisso assumido pela Rússia perante o governo brasileiro por conta do apoio brasileiro à entrada da Rússia na OMC (Organização Mundial do Comércio).
No protocolo assinado na ocasião, os russos se comprometeram a cumprir os acordos da OMC e OIE (Organização Internacional de Epizootias). “E isso não está ocorrendo. O embargo já deveria ter sido levantado para os estados livres da febre aftosa”, afirmou o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto.
O veto da Rússia contra a exportação das carnes brasileiras foi determinado no dia 12 de dezembro do ano passado por conta de focos de febre aftosa nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná. A suspensão parcial do embargo russo às carnes brasileiras, que liberou exclusivamente a produção do Rio Grande do Sul, ainda não foi suficiente para melhorar a performance do setor em abril. Outros mercados importantes, como Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás, continuam fechados.
A Rússia é o principal importador do produto brasileiro. Respondeu pela compra de 65% do total enviado pelo Brasil ao exterior no ano passado. Atualmente, o Brasil é o quarto no ranking mundial de produtores e exportadores de carne suína.
O presidente a Abipecs ressalta que a Rússia chegou a informar que Santa Cataria, tradicionalmente o maior exportador de carne suína do Brasil, seria o próximo Estado brasileiro a ter as exportações normalizadas. O anúncio foi feito durante a visita do primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov , ao Brasil, no início de abril.
Fonte:
Canal Executivo