Espumante Ferrari sobe as montanhas para manter seu estilo

03/09/2015

Eles estão no Oscar, no Nobel e se chamam Ferrari. Mas apesar da coincidência do nome, os espumantes da casa não têm nada a ver com a "scuderia" e acumulam admiradores por méritos próprios. Receberam vinte vezes o “tre bicchieri”, prêmio máximo do guia Gamberro Rosso. Por ano são colocadas no mercado 4,5 milhões de garrafas de seus 11 rótulos, das quais 80% ficam na Itália. Numa conta por alto, de cada quatro espumantes consumidos por lá, um é Ferrari. O Brasil não chega a ser "impactante" para a vinícola de Trentino, mas o presidente e herdeiro da empresa, Matteo Lunelli, quer internacionalizar a marca e tranformá-la numa representante da “arte italiana de viver”. 

Por isso, pela primeira vez ele está no país para “encantar” parceiros e clientes em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, em encontros promovidos pela importadora Decanter ( que representa a Ferrari por aqui). Lunelli acredita na expansão do consumo dos espumantes da região, os trentodoc, como alternativa aos champagnes tanto em preço quanto em versatilidade de harmonização. O Ferrari Maximum brut, por exemplo, custa R$197.

A companhia criada em 1902 foi comprada por seu avô Giulio Ferrari em 1952. Como estudou na França na época, foi o primeiro viticultor a introduzir a chardonnay na Itália. Um dos diferenciais da vinícola é que suas uvas são cultivadas nas montanhas, a uma altitude de 350 metros. Esta condição permite que os espumantes mantenham o frescor, mesmo depois de anos de guarda. Mas o aquecimento global tem impactado a produção porque essas uvas precisam de temperaturas baixas no seu processo de desenvolvimento. “Sendo uma região montanhosa temos uma vantagem única, isto é, a possibilidade de aumentar a altitude de algumas vinhas. É, na verdade, o que estamos trabalhando no momento.

Dessa forma somos capazes de manter o nível de acidez necessária para o nosso estilo distinto, onde a elegância e frescor são fundamentais. A montanha é, assim, não só um elemento distintivo para os vinhos trentodoc, mas também a nossa garantia para o futuro”, avalia Lunelli.

Fonte: valor.com.br