Energia eólica supre escassez de potencial hidrelétrico no país

26/08/2014

A energia eólica é a energia produzida através da força dos ventos, que transforma energia cinética em energia elétrica. Muito recente no Brasil, essa fonte de energia já vem contribuindo em grande grau para o desenvolvimento do país, abastecendo hoje cerca de 4 milhões de lares – ou 12 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo.

Embora venha sendo pesquisada há mais de 50 anos, a energia eólica economicamente viável é relativamente nova. Não possui mais de 20 anos, e teve como principais precursores os países europeus, com destaque para a Dinamarca e Alemanha.

Foram esses países que, no início da década de 1990, fizeram grandes esforços em tecnologia com o objetivo de produzir energia a partir de fontes renováveis e, portanto, de recursos naturais, como o vento e o sol.

A Europa, a partir da segunda grande crise do petróleo, ocorrida no final dos anos 1970, percebeu a sua forte dependência energética. O continente utilizava para a produção de energia elétrica o carvão e os derivados do petróleo, sendo esses insumos importados.

No início dos anos 1990, com o objetivo de reduzir essa dependência e ter mais autonomia na produção de energia, os países europeus fizeram grandes investimentos na produção de tecnologia das até então chamadas fontes alternativas.

 

Os grandes potenciais hidrelétricos estão cada vez mais escassos e é preciso aumentar a oferta de energia para atender o mercado brasileiro Elbia Melo, presidente da ABEEólica, sobre a diversifcação da matriz energética brasileira

Tais fontes trariam, por um lado, a independência em termos energéticos e, portanto, maior segurança nacional. Por outro, a possibilidade de produção de energia a partir de fontes limpas e renováveis, contribuindo para a redução da emissão de CO2 e o consequente aquecimento global.

Matriz energética brasileira

Já o Brasil iniciou fortes investimentos na fonte eólica somente a partir do final da década de 2010. Devido à grande fatia da produção de energia proveniente da hidroeletricidade, uma fonte renovável e de baixa emissão de CO2, o país sempre teve independência energética.

O Brasil vem diversificando sua matriz elétrica, construindo um mix de predominância hidrelétrica com outras fontes renováveis (em crescimento). Os grandes potenciais hidrelétricos estão cada vez mais escassos, e há a necessidade de aumentar a oferta de energia para atender o mercado brasileiro.

É nesse contexto que a indústria de energia eólica brasileira vem ocupando cada vez mais espaço no país, sendo hoje a segunda fonte mais competitiva e também a mais contratada.

Foram contratados desde 2009, a partir do primeiro leilão competitivo com participação eólica, mais de 12 GW de capacidade eólica instalada, o que representa cerca de 10% do que o país possui somando todas as demais fontes – nuclear, hidrelétrica, carvão, biomassa e outras.

A energia eólica hoje já instalada representa cerca de 4% do total do sistema e vai crescer fortemente nos próximos anos, podendo chegar a cerca de 10% em 2018.

A possibilidade de produção de energia eólica no Brasil é quase infinita. Temos potenciais eólicos de altíssima qualidade no Nordeste e no Sul e estudos têm apresentado potenciais em São Paulo, Minas Gerais, Espirito Santo e outros Estados que estiveram fora da rota da energia dos ventos no passado.

 

Fonte:
Uol