Empresas brasileiras voltam a captar no exterior
09/01/2009
SÃO PAULO, 3 de outubro de 2007 – Com a normalização do mercado de crédito no exterior, os investidores estrangeiros começam retornar aos poucos para o mercado de bônus para comprar papéis de países emergentes, e as emissões de empresas brasileiras devem se beneficiar desse cenário, após o corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros norte-americana para 4,75%, pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). “A perspectiva dos investidores estrangeiros em relação aos papéis brasileiros melhorou após a crise, pois, embora haja maior aversão ao risco, o País saiu fortalecido ao não ser prejudicado diretamente com a crise no subprime”, afirma Carlos Gribel, sócio-diretor da Queluz Securities.
A Rede Empresas de Energia Elétrica foi a primeira empresa brasileira a voltar a captar no mercado externo em setembro, após o recesso no Hemisfério Norte, com emissão de bônus perpétuos no valor de até US$ 200 milhões para colocação junto a investidores institucionais estrangeiros qualificados.
Na semana passada, a GP Investments reabriu sua operação de emissão de bônus perpétuos, com oferta de US$ 40 milhões, não resgatáveis até 23 de janeiro de 2012 e pagamento de juros de 10% ao ano, a mesma taxa adotada na primeira emissão em janeiro deste ano de US$ 150 milhões. Os recursos serão destinados para financiar novos investimentos como parte da aquisição da mineradora Magnesita por R$ 1,24 bilhão e das operações latino-americanas de perfuração e manutenção de poços de petróleo e gás da Pride International, por US$ 1 bilhão.
Gribel destaca que embora os hedge funds tenham retornado com posições menores nos investimentos, os investidores de private banking e os asiáticos devem continuar como os grandes tomadores de papéis de mercados emergentes. O responsável pela área de originação de operações de dívida para a América Latina do BNP Paribas, Ricardo Moura, ressalta que os títulos de bônus perpétuo têm boa colocação na Ásia. ‘ Os investidores asiáticos estão mais preocupados com a rentabilidade dos papéis do que com o risco, por isso costuma haver grande demanda por bônus perpétuo que pagam melhores cupom de juros’, afirma.
De acordo com Gribel, no auge da crise no mercado de crédito houve uma corrida para papéis de menor risco como os títulos do Tesouro norte-americano (Tresuries), mas que agora, com o corte da taxa básica de juros norte-americana, voltou a atratividade pelos papéis de dívida de empresas de países emergentes, que oferecem maior retorno. ‘Algumas emissões de empresas emergentes com o mesmo rating de empresas dos Estados Unidos chegaram pela primeira vez a ter prêmios mais apertados que as norte-americanas’, destaca Moura.
Além disso, segundo Gribel, as emissões de empresas brasileiras em reais também têm chances de boa colocação com a perspectiva de apreciação do real e queda da taxa básica de juros (Selic) no Brasil.
Fonte:
Silvia Regina Rosa
InvestNews