Empresas brasileiras respondem por 36% dos investimentos desde 2002

09/01/2009

O Brasil tomou uma posição de destaque no novo cenário dos Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) da Argentina. Logo depois da crise, no período 2002 a 2005, o Brasil saiu de uma posição discreta como investidor no principal sócio do Mercosul para ocupar 36% dos novos investimentos externos feitos na Argentina, com um total de US$ 5,1 bilhões acumulados no período. Assim, o Brasil ocupou parte do espaço deixado por europeus e americanos que, com a crise, fecharam as portas à Argentina.

No primeiro semestre de 2006, vieram do Brasil anúncios de novos investimentos da ordem de US$ 415 milhões (basicamente da Petrobras), valor que só foi superado por outros três países (Canadá, com US$ 2,29 bilhões, Estados Unidos com US$ 561 milhões e Alemanha com US$ 442 milhões) em um ranking dos maiores projetos de investimentos anunciados no país, preparado pela consultoria Abeceb.com para o jornal “Clarín”.

Nos quatro anos encerrados em 2005, 56 empresas chegaram aqui, elevando para 200 o número de companhias de capital brasileiro instaladas na Argentina. O perfil destes novos investimentos brasileiros é marcado por fusões e aquisições nos setores primário (extração de petróleo e gás e agricultura) e indústria de transformação. Quase 95% dos valores investidos por brasileiros na Argentina eram de apenas seis grandes corporações – Petrobras, Camargo Corrêa, AmBev, Petróleo Ipiranga, Friboi e Belgo Mineira. O restante está pulverizado entre 50 pequenas e médias empresas dos mais diversos setores, com destaque para têxtil e calçados. Entre estas 50 empresas, metade investiu menos de US$ 1 milhão; e 35% investiram entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões.

“Os ativos argentinos ficaram mais baratos com a desvalorização do peso, o que coincidiu com o processo de internacionalização das empresas brasileiras”, disse uma fonte do governo brasileiro que não quis ser identificada. (JR)

Fonte:
Valor Economico