Empresários brasileiros pedem mudanças para que a economia cresça mais

09/01/2009

São Paulo, 13 dez (EFE).- A economia brasileira crescerá em 2007 no máximo 3% se o Governo mantiver sua política econômica e mais de 4% se modificar alguns aspectos, assinalou hoje um estudo da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O documento “Perspectivas para 2007” traçou duas projeções para a economia e apontou que o Brasil tem que mudar sua política econômica para não continuar no último lugar da fila de países emergentes.

“Este ano cresceremos 2,7% quando países semelhantes ao Brasil vão crescer 7%”, manifestou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Segundo o relatório, se o Brasil continuar com a política vigente, de altas taxa de juros, real valorizado e aumento do gasto público, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá quando muito 3% em 2007 e a expansão da atividade industrial será inferior a 4%.

O outro cenário, de redução do gasto público, corte dos juros e depreciação do real pode levar a economia brasileira a um crescimento superior a 4% em 2007 e a um aumento de mais de 5,2% na produção industrial.

“A grande bandeira que a Fiesp defenderá em 2007 com toda energia é o crescimento econômico”, indicou Skaf, que admitiu que o setor industrial se sente “frustrado” pelo fraco rendimento do PIB nos últimos anos.

Nos três primeiros anos do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a economia brasileira cresceu na média 2,58%, apesar do presidente ter prometido reiteradamente quando chegou ao poder “um espetáculo do crescimento”.

Os industriais atribuem o fraco rendimento da economia principalmente às altas taxas de juros, que atualmente são de 13,25% ao ano, pois limitam o acesso ao crédito e aos investimentos.

Skaf criticou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que recentemente afirmou que com a inflação sob controle o país está em condições de discutir o crescimento econômico.

“Não estamos de acordo com o presidente do Banco Central. Não temos que discutir o crescimento, mas atuar para consegui-lo”, disse Skaf, assinalando que no Brasil “se criou o mito que não se pode crescer”.

Segundo Skaf, enquanto os países vizinhos põem em prática medidas para estimular o crescimento econômico, no Brasil o Banco Central pensa apenas em discutir se o PIB deve crescer ou não.

O dirigente acrescentou que no próximo ano a “diplomacia empresarial” da Fiesp dará prioridade ao comércio com os Estados Unidos porque os industriais “não podem esperar iniciativas governamentais que não ocorrem”.

Fonte:
Agencia Efe