Emprego: recuperação nas áreas metropolitanas

09/01/2009

O Ministério do Trabalho registrou no mês passado a criação de 229,7 mil novos postos de empregos formais em todo o país. O dado faz parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado mensalmente a partir de informações enviadas pelas empresas ao ministério.

Foi o melhor desempenho para o mês desde 1992, quando começou a série histórica. No resultado acumulado do ano, verificou-se o acréscimo de 1,466 milhão nas ocupações formais existentes, um crescimento de 6,30% sobre o estoque de trabalhadores formais contabilizados no fim do ano passado.

Segundo o relatório divulgado ontem pelo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, o desempenho de agosto foi determinado pela expansão de todos os grandes setores da atividade econômica e mostrou uma ligeira recuperação do emprego nas regiões metropolitanas, que aumentaram o ritmo de expansão, mas ainda perdem para o interior. Agosto também foi marcado pela acomodação do setor agropecuário, principal empregador de trabalhadores formais no primeiro semestre.

“A análise feita no início do ano de que o emprego não acompanharia, na mesma proporção, o crescimento da economia, foi invertida”, ressaltou o ministro. “O emprego cresceu mais que o Produto Interno Bruto (PIB) nesse período. O acumulado deste ano cresceu 6,30%, e o acumulado de 2004 já é muito maior do que o acumulado de 12 meses.”

O resultado até agosto é superior ao verificado entre setembro de 2003 e agosto (abertura de 1,433 milhão de vagas) por questões sazonais. Em dezembro, é comum a indústria demitir pessoal, uma vez que as encomendas de Natal são entregues antes.

Apesar dessa sazonalidade histórica, o ritmo atual da economia fez com que o ministro considerasse uma situação diferente para 2004. “Pela primeira vez neste ano, o setor automotivo está contratando todos os meses – de 500 a mil novos empregos por mês. Estamos num patamar que nos permite avaliar não apenas que o ritmo continuará forte (até o fim do ano), mas dezembro, que é um mês tradicionalmente de redução no estoque de empregos, neste ano pode apresentar estabilização ou uma redução bem menor do que a média histórica”. O ministério prevê a geração de 1,8 milhão de postos formais neste ano.

O relatório destaca que as atividades voltadas à demanda interna continuam mostrando resultados favoráveis. O setor de serviços, por exemplo, apresentou no mês passado um aumento de 74 mil postos (0,77% a mais do que o existente em julho) e acumula no ano uma elevação de 383,5 mil assalariados celetistas .

Valor Online 21/9/2004