Emprego na indústria de SP tem maior queda desde 2001

09/01/2009

Por Vanessa Stelzer

SÃO PAULO (Reuters) – A indústria de São Paulo fechou quase 15 mil postos de trabalho em novembro, após quatro meses de queda das vendas em um cenário de menor demanda e juros considerados altos. O resultado foi o pior em quatro anos, levando o Ciesp a reduzir a expectativa para o emprego em 2005.

O índice de emprego do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) teve o desempenho mais fraco desde dezembro de 2001, caindo 0,75% sobre outubro, sem ajuste sazonal.

Essa variação equivale a 14.806 postos de trabalho fechados, mostrou a pesquisa divulgada nesta quarta-feira.

“Novembro e dezembro sazonalmente são meses de muito pouca atividade na indústria. E também temos três fatores que continuam constrangendo a economia: o custo do dinheiro, o câmbio e a política fiscal (restritiva)”, disse Boris Tabacof, diretor econômico da entidade.

Ele ressaltou que, apesar de o resultado de novembro ter ficado pior que nos anos anteriores, a queda não surpreendeu já que outra pesquisa mostrou que as vendas da indústria caíram por quatro meses.

No ano, o índice de emprego acumula alta de 1,93%, com abertura de 37.305 vagas.

Tabacof disse que 2005 deve encerrar com crescimento do emprego industrial de cerca de 1,5% ante previsão de 2,5% a 3% feita no início do ano. Isso equivaleria a cerca de 30 mil vagas abertas, um terço das quase 92 mil criadas em 2004.

Nos últimos 12 meses, o emprego industrial subiu 1,49%, com criação de 30.747 postos de trabalho.

Setores

A pesquisa do Ciesp é feita em cerca de 1.850 indústrias, que representam 95% do emprego no setor do Estado, e apura a criação de postos por regiões.

O local com maior variação percentual negativa do índice em novembro foi Jaú, que apurou queda de 4,17%, seguido por Presidente Prudente, com 3,63% de baixa.

Na Grande São Paulo, o emprego teve queda de 0,25% sobre outubro, e, na capital, baixa de 0,26%.

Por outro lado, destacaram-se o aumento do emprego nas regiões de Marília (2,37%), Piracicaba (0,87%) e Sertãozinho (0,75%).

Entre os setores, as principais quedas foram de bebidas (4,63%), produtos alimentícios (3,33%) e destilação de álcool e refino de petróleo (3,04%).

Fonte:
Reuters