Emprego em SC tem saldo positivo mas já preocupa

27/07/2015

A crise que afeta os principais setores da economia brasileira começa a mostrar seus efeitos na qualidade dos empregos em Santa Catarina. No primeiro semestre do ano, o Estado, que vinha apresentando bons índices na geração de postos de trabalho e baixas taxas de desocupação, registrou queda no número de novas vagas. O saldo no semestre ainda é positivo: 11.845. Mas, nos últimos três meses, SC perdeu 18.848 empregos, a maioria com salários médios (de R$ 960,39 a R$ 3.233,55). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Um levantamento feito pelo consultor do site especializado Trabalho Hoje, Rodolfo Torelly, que cruza dados das 20 ocupações com mais demissões e admissões com as médias de salários, mostra que há uma tendência de eliminação dos empregos em cargos com remuneração média, como de gerentes e supervisores administrativos. Em contrapartida, há mais vagas em funções operacionais e admissões por salários menores. Neste grupo, o salário varia de R$ 774,14, pago aos operadores de telemarketing, por exemplo, até R$ 1.637,80, salário médio de professores com nível superior no ensino fundamental (primeira a quarta séries). Para o economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese) de Santa Catarina, José Álvaro Cardoso, a diferença salarial entre os demitidos e contratados não é surpreendente em tempos de crise:

– As empresas aproveitam a rotatividade para achatar salários. É uma tendência que se intensifica quando a situação no mercado de trabalho piora – explica. Ele acrescenta que o bom desempenho do Estado no saldo geral de empregos é reflexo do comportamento do mercado de trabalho nos últimos anos, quando SC vinha gerando vagas acima da oferta de mão de obra.

Fonte: Diário Catarinense