Economia do País cresce 2,9% em 2006 e é a penúltima da AL

09/01/2009

A economia brasileira registrou uma expansão de 2,9% em 2006, segundo divulgou nesta quarta-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficou com o penúltimo lugar no ranking da América Latina, à frente apenas do Haiti, com alta de 2,5% no período.

Apesar disso, o resultado ficou acima do previsto pelo mercado financeiro em pesquisa do Banco Central, que mostrou uma expectativa de crescimento de 2,7%.

Entre os setores da economia, o maior crescimento em 2006 ocorreu na agropecuária (3,2%), seguido da indústria (3%) e dos serviços (2,4%). O consumo das famílias subiu 3,8%, enquanto o consumo do governo aumentou 2,1% no ano.

A formação bruta de capital fixo (FBCF), que sinaliza investimentos, registrou avanço de 6,3% no ano passado, bem superior ao incremento de 1,6% apurado em 2005. O PIB per capita teve crescimento real de 1,4% em 2006.

O setor industrial que mais se destacou no ano passado foi o da extrativa mineral, que conta com as indústrias de petróleo e mineração. A indústria extrativa mineral cresceu 5,6% em 2006. Em 2005, este setor subiu bem mais, atingindo 10,9% de aumento.

Já o setor de construção civil se expandiu 4,5% no ano passado e apenas 1,3% em 2005. O comércio também se ampliou mais em 2006, com 4%, do que em 2005, quando a taxa foi de 3,3%. Nos serviços industriais de utilidade pública, entre os quais o principal é a energia elétrica, a taxa de crescimento em 2006 foi de 3,3%, ante 3,6% no ano anterior. A indústria de transformação teve desempenho positivo de +1,9% em 2006, com resultado superior ao de 2005 quando avançou 1,3%.

Negativo
Só um setor teve taxa negativa no ano passado. Foi o de comunicações, com -0,9%. Em 2005, o mesmo setor tinha ficado estável, mas com uma taxa positiva de 0,1%. A agropecuária mostrou uma média maior que a do PIB, atingindo um crescimento de 3,2% ante 0,8%.

O PIB teve a média geral de crescimento de 2,9% em 2006 e de 2,3% em 2005. Ficaram abaixo da média do PIB no ano passado os setores de instituições financeiras (2,6%); outros serviços (2,5%); aluguéis (2,2%); transportes (2,2%); administração pública (2,1%); a indústria de transformação (1,9%) e comunicações (-0,9%).

Quarto trimestre
O PIB do quarto trimestre de 2006 cresceu 1,1% ante o terceiro trimestre do mesmo ano, e 3,8% na comparação com o quarto trimestre de 2005. Na comparação com o terceiro trimestre, o setor da indústria foi o que apresentou o maior crescimento (1,6%); seguido de serviços (0,8%) e da agropecuária (0,2%).

A formação bruta de capital fixo aumentou 2% nessa base de comparação, enquanto o consumo das famílias cresceu 1,5% e o consumo do governo expandiu 0,6%.

Os dados comparativos ao quarto trimestre de 2005 mostram que a agropecuária teve o maior crescimento (6,0%), enquanto a indústria cresceu 3,7% e os serviços aumentaram 2,6%. A formação bruta de capital fixo cresceu 6,9% e houve expansão também no consumo das famílias (4,0%) e no consumo do governo (2,5%).

América Latina
O maior crescimento do grupo de países em 2006 ficou por conta de Cuba que cresceu 12,5%; seguida por Venezuela com 10%, mesmo porcentual alcançado pela República Dominicana. A Argentina ficou com o 4º lugar, com crescimento de 8,5%; o Panamá com 7,5%; o Uruguai com 7,3%; o Peru com 7,2%.

À frente do Brasil, que ficou em 20º lugar, está a Nicarágua, em 19º, segundo estudo estimativo desenvolvido pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).

O que é o PIB?
O Produto Interno Bruto (PIB) representa o total de riquezas produzido num determinado período num país. É o indicador mais usado para medir o tamanho da economia doméstica. No Brasil, o cálculo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pelas estatísticas oficiais, vinculado ao Ministério do Planejamento.

O cálculo do PIB leva em conta o acompanhamento de pesquisas setoriais que o próprio IBGE realiza ao longo do ano, em áreas como agricultura, indústrias, construção civil e transporte. O indicador inclui tanto os gastos do governo quanto os das empresas e famílias. Mede também a riqueza produzida pelas exportações e as importações.

O IBGE usa ainda dados de fontes complementares, como o Banco Central, Ministério da Fazenda, Agência Nacional de Telecomunicações e Eletrobrás, entre outras.

Os resultados do PIB de 2006 divulgados nesta quarta-feira vão durar apenas um mês, já que no próximo dia 28 de março o IBGE divulgará novamente os resultados do ano passado, calculados de acordo com nova metodologia.

Fonte:
Agência Estado