Dólar tem nono dia de queda e fecha a R$ 2,169
09/01/2009
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar encerrou em queda nesta quinta-feira derrubado por ingressos de recursos e, depois de nove dias, registra o período mais longo de quedas sucessivas desde o final de março.
A moeda norte-americana terminou o dia a R$ 2,169, com declínio de 0,41%. É o menor preço de fechamento desde abril de 2001. Nas últimas nove sessões, o dólar acumula queda de 5,33%.
No final de março, a moeda norte-americana caiu durante 14 sessões consecutivas.
“É o fluxo forte. Tem vendas fortes no (dólar) futuro também, o ambiente está bom, é fluxo positivo tanto comercial quanto financeiro”, resumiu o gerente de câmbio do banco Prósper, Jorge Knauer.
Assim como aconteceu nos últimos dias, a compra de dólares pelo Banco Central não foi suficiente para impedir a queda da moeda norte-americana.
Segundo operadores, o BC aceitou 18 propostas no leilão de compra, com taxa de corte de R$ 2,1715 reais. A estimativa é de que a autoridade monetária tenha adquirido entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
“O BC entrou, comprou… mas o dólar continua caindo, tem construído a mesma tendência que a gente viu nos últimos dias”, acrescentou Knauer.
O operador de câmbio da corretora Didier Levy Júlio César Vogeler acredita que uma saída para conter o recuo do dólar seria a redução mais rápida da taxa básica de juros.
“Eu só vejo dois mecanismos para o Banco Central segurar esse dólar: ou uma redução brusca da taxa de juros ou voltar com o swap reverso”, apontou o operador.
MANHÃ MAIS PRESSIONADA
No início do dia, o mercado de câmbio mostrou um pouco mais de cautela, principalmente com o cenário político. As recentes críticas da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à política econômica e fiscal estavam no centro da atenção.
Mas o ingresso de recursos ainda pela manhã e o declínio do rendimento pago pelos Treasuries de 10 anos fez o dólar retomar a trajetória de queda.
“(O dólar) esboçou alta por motivos políticos, mas a análise técnica está prevalecendo (de juros elevados e cenário econômico positivo atraindo ingressos de recursos)”, afirmou o gerente do Prósper.
“Tanto que está havendo mais depoimento na tentativa de envolver o (ministro da Fazenda, Antonio) Palocci, mas nada disso traz estresse para o mercado”, acrescentou Knauer, referindo-se ao depoimento do advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, à CPI dos Bingos.
Fonte:
Reuters
Nathália Ferreira