Disputa com outros bancos deixa indefinida venda do ABN Amro

09/01/2009

Uma disputa de última hora causou uma reviravolta na venda do banco holandês ABN Amro. Na segunda-feira, 23, o banco britânico Barclays havia anunciado a compra de seu concorrente holandês por € 67 bilhões (R$ 185,7 bilhões), o equivalente a € 36,25 (R$ 100,47) por ação.

Dois dias depois, nesta quarta-feira, um consórcio formado pelo espanhol Santander, pelo escocês Royal Bank of Scotland (RBS) e pelo belga Fortis fez uma oferta de € 39 (R$ 108,09) por ação. A proposta equivale a € 75,537 bilhões (R$ 209,36 bilhões), contra os € 67 bilhões (R$ 185,7 bilhões) oferecidos pelo Barclays —uma diferença de quase 13%.

O consórcio de três bancos quer barrar a venda do ABN Amro para o Barclays com o argumento de que a fusão desrespeita o interesse dos acionistas, uma vez que estariam dispostos a pagar mais pelas ações. Os bancos rivais dizem que nem tiveram a oportunidade de apresentar as propostas.

A VEB (associação de acionistas holandeses) afirmou que seguirá com sua campanha para que outros bancos façam ofertas pelo ABN.

Nova proposta
Pela possível oferta do consórcio, que ainda não foi formalizada, o pagamento seria feito com aproximadamente 70% em dinheiro e 30% em ações do RBS.

O consórcio formado pelos três bancos recebeu na terça-feira uma carta da ABN solicitando mais detalhes da proposta e uma reunião para discutir a oferta.

Os três interessados na compra do ABN, que aceitaram o convite, estabeleceram “certas condições”. A primeira delas é que o banco holandês “dê os passos necessários para garantir que continua sendo
o proprietário do americano LaSalle Bank”.

O acordo de fusão assinado na segunda-feira entre o banco holandês e a Barclays estabelecia como condição prévia a venda do LaSalle ao Bank of America, por € 15,4 bilhões.

Os três bancos também exigem uma auditoria legal e financeira. O comunicado inicial do consórcio não revela se a sua oferta implicará ou não corte de empregos e mudança de postos de trabalho para lugares com mão-de-obra de baixo custo, como determina a oferta do Barclays.

O fundo TCI, acionista do ABN Amro decidido a obter o melhor preço pela venda do banco holandês, manifestou satisfação com a “convincente oferta” do consórcio.

Em um comunicado, o TCI afirma que a diretoria do ABN Amro deve dar ao consórcio pleno acesso a seus livros de contas imediatamente, além de recomendar esta oferta.

Fonte:
Uol Economia
(Com informações de Agência Estado, EFE e France Presse)