Diesel, na Itália, planeja expansão para o Brasil

09/01/2009

Quando decidiu ser o representante no Brasil da grife italiana de jeans Diesel, o empresário Esber Hajli foi chamado de maluco. “Ninguém acreditava que eu venderia um jeans que custa, em média, R$ 600”, diz Hajli, que, após cinco anos da abertura da primeira loja no país, comemora um outro feito: a associação com empresário italiano Renzo Rosso, fundador da marca.

“Deixamos de ser distribuidores. Agora é a própria Diesel que está no Brasil”, diz Hajli, que também tem Maurício Saade como sócio no negócio. A intenção da matriz, segundo Hajli, é investir pesado no país, onde a grife já tem três lojas e é vendida em 80 multimarcas. Nos próximos três anos, estão previstas lojas em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, além de mais uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro – o que formaria uma rede de 9 lojas.

A empresa também está atrás de um prédio em São Paulo, que seja antigo, mas bem conservado, para montar um hotel. A Diesel já tem um hotel em Miami, o Pelican, que fica num edifício da década de 50.

A operação direta da empresa italiana no Brasil não é por acaso. Os resultados das vendas vêm agradando a matriz. “A loja da grife no Shopping Iguatemi é a que mais vende, no mundo, por metro quadrado. Ela fatura, por ano e por metro quadrado, quatro vezes mais do que a loja de Nova York”, afirma Hajli, que conseguiu provar que jeans premium tem mercado no país. “Tanto há, que novas grifes estão sempre chegando no Brasil.”

O primeiro feito da gestão italiana no Brasil é a abertura de uma loja de 1.600 m² na rua Haddock Lobo, em fevereiro de 2008. “Será a maior loja Diesel do mundo”, diz Hajli. No último andar da loja estarão à venda as outras marcas que fazem parte do grupo como DSquared, Vivienne Westwood, Martin Margiela e Sophia Kokosalaki. Esta última, designer grega de 33 anos e diretora criativa da Maison Vionnet, é a mais recente contratação de Renzo Rosso.

“Faremos uma experiência com essas marcas no mercado brasileiro”, afirma o empresário, que está trazendo a DSquared para o Brasil. Em março duas lojas da grife serão abertas na Daslu – uma na ala feminina e outra na masculina. A grife, fundada em Milão pelos irmãos canadenses Dean e Dan Caten, tem roupas prêt-à-porter mais chiques que a Diesel, além de uma linha de jeans muito criativa.

O bom desempenho da grife italiana no mercado brasileiro, segundo Hajli, deve-se “ao posicionamento que a grife tem aqui”. Se no mundo a Diesel é vista como jeans premium, no Brasil é considerada marca de luxo. “Ela é mais valorizada aqui do que em outros lugares do mundo.”

Nem a entrada de outras marcas internacionais de jeans tem abalado a supremacia da italiana, na visão de Hajli. “Todas as outras grifes, geralmente americanas, chegam e morrem”. De acordo com o executivo, nenhuma delas consegue ter a variedade de modelos que possui a italiana – quase 200 por coleção – nem sua estrutura fabril e tradição de quase 30 anos. “O consumidor não cansa da marca, porque a oferta é sempre gigantesca e o acabamento é impecável, made in Italy.”

A origem estritamente italiana do jeans é uma tecla que Hajli faz questão de bater. Isso porque, há cerca de dois anos, surgiu um boato de que a Diesel estaria produzindo calças jeans no Brasil. “O que houve foi um teste para a produção de peças de sarja, não de jeans”, afirma Hajli. Segundo o empresário, a grife produz alguns itens, como camisetas, fora da Itália, em lugares como o Leste Europeu e Hong Kong. “Mas os jeans são sempre feitos na Itália.”

Fonte:
Valor Economico
Vanessa Barone