Desigualdade de gênero custa US$ 12 tri à economia mundial
08/03/2016
Dados foram revelados no Dia Internacional da Mulher pela OCDE
08 MARÇO, 08:14•NOVA DELI•ZBF
(ANSA) – A disparidade de gênero nas sociedades mundiais e no mercado de trabalho provoca um impacto de US$ 12 trilhões, equivalente a 16% do Produto Interno Bruto (PIB) global, de acordo com cálculos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) relevados nesta terça-feira, 8 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. A organização afirmou que a discriminação contra as mulheres acaba gerando um duplo efeito negativo no mercado, porque "reduz o nível do capital humano feminino tanto na participação da força de trabalho quanto na produtividade total". Caso existisse paridade total de gênero, em 2030, a renda média per capita mundial seria de US$ 9.142, com US$ 764 a mais do que será se a desigualdade entre homens e mulheres perdurar. O efeito seria benéfico principalmente para os países menos desenvolvidos, que hoje sentem mais diretamente o impacto da limitada participação feminina no mercado de trabalho. "Eliminar a discriminação contra as mulheres e promover a paridade de gênero com escolhas economicamente inteligentes é importante para um crescimento sustentável e inclusivo", disse a OCDE.
Já as Nações Unidas estimam que a igualdade entre homens e mulheres só será completamente alcançada daqui a 81 anos. De acordo com a ONU, os avanços ocorrem em vários países, mas muito lentamente. Islândia (1º), Noruega (2º) e Finlândia (3º) lideram o ranking do Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015 da ONU, que analisou 145 países. Síria (143º), Paquistão (144º) e Iêmen (145º) ficaram nas últimas posições. O Brasil está em 85º lugar.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o site do Google criou um doodle com a hashtag #OneDayIWill (#UmDiaEuVou). A animação mostra um vídeo com mulheres do mundo todo praticando diversas atividades e relatando seus sonhos. Personalidades políticas mundiais também enviaram mensagens para defender a paridade de gênero. Na Itália, a ministra da Educação, Stefania Giannini, disse que a "igualdade de gênero não deve mais ser uma conquista, mas sim, gerar uma consciência sobre uma nova responsabilidade individual e coletiva".
"Sabemos que a estrada para a plena paridade entre homens e mulheres é longa, mas felizmente sabemos também que estamos caminhando", disse, por sua vez, a ministra para as Reformas Institucionais e Relações com o Parlamento da Itália, Maria Elena Boschi.
Desde que assumiu o governo italiano, em 2014, o primeiro-ministro Matteo Renzi forma gabinetes diversificados que prezam pela presença feminina no poder.
"É intolerável que ainda nos dias de hoje existam mulheres expostas a violências brutais e selvagens somente pelo fato de serem mulheres", comentou o presidente da Índia, Pranab Mukherjee. Ao entregar em Nova Deli o prêmio "Nari Shakti Puruskar", por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o chefe de Estado indiano disse que é preciso "recordar com ênfase, todos os dias, que cada membro da sociedade, homem ou mulher, tem os mesmos direitos de viver em segurança, paz e dignidade".
A Índia sofre com um alto índice de estupros e violência contra a mulher e constantemente é palco de episódios de violência e ataques de gênero.
Já o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou as mulheres do seu país. "São as mulheres, com sua dignidade e compaixão, que encarnam o verdadeiro espírito da Rússia". "A Rússia celebra esta data com um amor particular, provavelmente mais que em outro país. É uma festa com cravejada de flores, presentes e sentimentos para nossas mães, filhas e colegas de trabalho", disse Putin. (ANSA)
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