Desemprego cai para 12,2% em maio e surpreende
09/01/2009
São Paulo e Rio, 25 de Junho de 2004 – Houve melhora, mas é cedo para discernir tendência. A taxa de desemprego de 12,2% da População Economicamente Ativa (PEA) em maio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um mês após o recorde de 13,1% em abril, foi recebida com surpresa pelo mercado.
Esperava-se uma redução de 0,2 ou 0,3 ponto percentual, e não de 0,9 ponto.
“A primeira surpresa na taxa de desemprego é pela quebra da sazonalidade; a segunda é pela intensidade da queda, e o terceiro ponto curioso é que a população desocupada caiu mais do que cresceu a população ocupada, que só aumentou 0,8%”, diz Alexsandro Agostini, da Global Invest. “Então”, pergunta o economista, “para onde foi o restante dessas pessoas desocupadas?”
Ainda são 2,6 milhões de pessoas procurando emprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Mas esse número é 6,7% menor do que em abril.
O IBGE explicou que não foi tanto pelo aumento de 0,8% no nível de ocupação que a taxa de desemprego caiu (o n de pessoas empregadas chega a 18,9 milhões). O fator que mais pesou, afirma o órgão, foi a menor procura por trabalho. Em maio, 148 mil pessoas obtiveram emprego, ao mesmo tempo que outras 189 mil deixaram de buscar colocação, seja porque conseguiram, ou porque desistiram.
Luiz Eduardo Parreiras, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em linha com a análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), disse que a estranheza em relação ao dado do IBGE baseia-se no fato de que a procura por emprego, que vinha crescendo – um movimento normal até julho ou agosto – tenha retrocedido 0,2% em maio.
“O recuo da procura por emprego foi pequeno, mas somado ao crescimento da ocupação, de 0,8%, contribuiu para que o estoque de desempregados caísse”, explicou Parreiras. Ele acrescentou que, de qualquer forma, não se pode tirar conclusões com o movimento de apenas um mês. Para ele, o que importa é o dado da ocupação, que está crescendo. E, parte expressiva dos contratados tem carteira assinada.
Gazeta Mercantil
(Christiane Bueno Malta e Sabrina Lorenzi/InvestNews)