Crise Subprime pode encarecer financiamentos de longo prazo
09/01/2009
SÃO PAULO – A crise do crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, o subprime, que mexe com a economia norte-americana e com bolsas de diversos países, pode influenciar na taxa de juros empregada ao consumidor em financiamentos mais longos, como é o caso da compra de carros. A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) informou nesta segunda-feira (27) ainda não ter um balanço fechado dos efeitos da crise, mas que pode haver alguns casos isolados de crédito mais caro ao consumidor.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a entidade explicou que definições sobre o assunto serão divulgadas em breve. De qualquer maneira, o Banco Central já informou, também nesta segunda, que a taxa média de juro empregada no mercado nacional, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, interrompeu sua seqüência de queda nos primeiros 15 dias de agosto, ficando nos mesmos 39,5% ao ano atingidos no final de julho.
Injustificável
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, não há justificativa para as taxas de juros cobradas aos consumidores subirem por enquanto.
“A captação do crédito continua custando a mesma coisa, porque não houve aumento da Selic (a taxa básica de juro da economia, atualmente em 11,5% ao ano)”, explicou, adicionando que algumas instituições podem, isoladamente, aumentar a cobrança – mas que correm o risco de perder clientela com a atitude.
Tendência
A “Nota de Política Monetária” com dados de julho, divulgada nesta segunda pelo Banco Central, mostrou que as taxas praticadas ao consumidor mantiveram a trajetória de queda e a média passou de 47,8% ao ano, em junho, para 47% anuais no sétimo mês do ano.
“A crise dos Estados Unidos ainda não foi resolvida, mas já está normalizada. Só haverá necessidade de mexer na Selic caso as coisas se agravem por lá”, previu Ribeiro. Em sua avaliação, com a Selic maior, a tendência é que haja aumento em apenas alguns financiamentos, como é o caso do crédito consignado, do imobiliário e para a aquisição de veículos.
“O cheque especial, por exemplo, já está muito alto”, explicou. No caso de financiamento de casas que utilizam a taxa referencial (TR) como atualização monetária, haveria aumento do saldo devedor em longo prazo. “A TR não é ajustada sempre, apenas uma vez por ano, no aniversário do contrato”, lembrou.
Custo em julho
Confira as taxas cobradas nas principais modalidades de crédito à pessoa física, de acordo com dados levantados em julho pelo BC:
Fonte:
Info Money