Crise custará mais de US$ 150 bi à América Latina, diz FMI

23/10/2009

A crise financeira internacional custará à América Latina mais de US$ 150 bilhões, apesar de a região ter resistido bem às turbulências na economia mundial, disse hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatorio.

O órgão disse, também, que os países da América Latina devem pensar em quando e como vão retirar seus pacotes de estímulo econômico para não causar riscos à economia.

"Nos países mais bem preparados, que conseguiram adotar medidas de estímulo monetário e fiscal, os governos devem decidir quando começar a retirar o estímulo e com qual ritmo isto será feito", explicou o texto.

"Retirar o estímulo muito rapidamente acarretaria em riscos, pois a recuperação mundial ainda não está bem instalada, mas retirar os incentivos de forma muito lenta também inclui riscos", destacou o relatório, que é uma versão mais ampla das previsões regionais apresentadas em 21º de outubro na assembleia anual em Istambul.

O FMi prevê que, alguns países como o Brasil, que deve registrar uma desaceleração econômica de 0,7% este ano,  começaram a sentir uma revalorização de sua moeda que pode dificultar a recuperação.

Sobre a taxação do investimento estrangeiro em 2% anunciada pelo governo brasileiro nesta semana, na tentativa de conter a queda brusca do dólar, o FMI diz que tais medidas "que costumam funcionar somente por tempo limitado, podem levar à tentação de se adiar outras reformas estruturais".

De acordo com o relatório, a América Latina deve, em todo caso, se acostumar a taxas de crescimento menores. A aposta do Fundo é que a região registrará em seu conjunto crescimento de 2,5% este ano e 2,9% no próximo ano.

"É pouco provável que volte a registrar taxas de crescimento econômico e preços de exportação de matérias primas como os de antes da crise", diz.

O relatório afirma que o crescimento vai acelerar nos países que tinham boas políticas macroeconômicas e que são exportadores de matérias primas. "Este é o caso do Brasil, e também do Peru, que se relacionam muito bem com a Ásia, a região que mais cresce neste momento".

"Mas não é o caso da América Central, nem do Caribe, nem do México", afirma.

Fonte:
Uol Economia
(Com informações de AFP e Efe)