Crescimento brasileiro supera previsões

09/01/2009

A produção industrial do Brasil cresceu mais depressa do que se esperava em agosto, sugerindo que a recuperação da economia continua mantendo o pique, depois da recessão do ano passado. A produção industrial em agosto cresceu 1,1% sobre a de julho, e 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado, disse ontem o departamento de estatísticas do governo, IBGE. Foi o sexto aumento consecutivo, e supera as estimativas do mercado de crescimento zero nesse mês.

Os últimos números reforçam a previsão de crescimento econômico dos mercados financeiros de 4,5% para este ano, e poderiam até causar ajustes para cima em sua expectativa. As principais instituições financeiras aumentaram em apenas três meses a previsão de aumento do Produto Interno Bruto em 1 ponto percentual.

“Isso poderia significar que a desaceleração esperada para o segundo semestre talvez não aconteça”, disse ontem o banco de investimentos CSFB.

Nas costas da recuperação brasileira este ano, liderada pelas exportações, a crescente demanda interna ajudou a aumentar a produção de carros em 45,6% e telefones celulares, por exemplo, para picos históricos. A confirmação de uma forte produção industrial continuada poderia levar o Banco Central a endurecer a política monetária em sua reunião regular em 20 de outubro. No mês passado ele aumentou a taxa de juros básica em 0,25 ponto, para 16,25%.

A pressão inflacionária, recentemente considerada uma das maiores ameaças para a recuperação econômica, diminuiu em conseqüência da queda do preço dos alimentos e da moeda mais forte. A produção industrial em agosto foi puxada por bens de capital e de consumo duráveis, enquanto os semiduráveis e não-duráveis caíram ligeiramente.

Financial Times
12/10/2004
Noticias Uol