Cresce a oferta de crédito fora do sistema bancário
09/01/2009
A economia aquecida vem incentivando a procura de instrumentos alternativos de crédito, fora dos bancos. Empresas de factoring estão fazendo R$ 40 bilhões em descontos de títulos este ano, em comparação a R$ 37 bilhões em 2003, diz Luiz Lemos Leite, presidente da Anfac.
O desconto antecipado de recebíveis já representa 25% do volume financeiro com cartões de crédito MasterCard, segundo a Redecard, que liquida as transações e tem antecipado os recursos aos lojistas.
Mas a operação que tem crescido mais rápido é a securitização de recebíveis, por meio dos FIDCs. Relatório que será divulgado hoje pela Moody’s revela que R$ 5,5 bilhões já foram captados por esses fundos desde o fim de 2002. No ano passado, metade da captação foi de empresas grandes, e o restante de bancos médios, pequenos e financeiras. Este ano, 78,5% dos recursos foram captados por empresas grandes, médias e pequenas. Só estas fontes alternativas equivalem a cerca de 39% do volume de crédito a pessoas jurídicas com recursos livres dos bancos.
Há, também, uma enorme quantidade de financiamento por meio de cheques pré-datados, que ninguém consegue calcular. Para o economista Carlos Eduardo Carvalho, da PUC-SP, embora antigas, as operações de desconto e securitização de títulos fora dos bancos explicam como a economia brasileira cresce mesmo sem o apoio do sistema financeiro.
Mas trata-se de um crescimento limitado, diz Carvalho, porque baseado em duplicatas e faturas de vendas já realizadas. Não há recursos novos nem capital de risco para alavancar investimentos. Além disso, seu custo não é baixo.
Valor Online
19/10/2004