Consumo de energia no país deve crescer 5,3% em 2007

09/01/2009

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O consumo de energia elétrica no Brasil deve aumentar 5,3 por cento em 2007, após registrar um crescimento de 3,8 por cento no ano passado em relação a 2005, declarou nesta terça-feira a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Para o presidente da empresa, Maurício Tolmasquim, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo na segunda-feira, poderá reduzir o custo da energia para o consumidor brasileiro.

“Essa previsão (de maior demanda) para 2007 está baseada num crescimento maior da economia (de 4 a 5 por cento) e numa expansão do consumo no setor comercial e industrial”, disse Tolmasquim, durante entrevista para divulgar os dados.

Na avaliação da EPE, que pertence ao governo, os usuários comerciais vão dar sequência ao processo de automação e informatização do setor, ao passo que a indústria deve registrar expansão mais forte em 2007 frente ao ano passado.

Tolmasquim citou que dois fatores fizeram com que o aumento no consumo em 2006 ficasse abaixo do registrado no ano anterior (4,5 por cento): a desaceleração da economia e temperaturas mais amenas. Além disso, como choveu mais, a agricultura irrigada consumiu menos energia.

“Apesar do crescimento menor em 2006, o consumo de energia no Brasil foi acima do crescimento da economia”, observou.

Para este ano, o setor comercial deve responder pelo maior incremento, com 6,6 por cento sobre 2006, seguido pelo residencial, com 6 por cento. Para o setor industrial, espera-se um aumento no consumo de 4,6 por cento.

Dados da EPE mostram que em 2006 houve expansão de 4,5 por cento no consumo da área comercial, de 4,1 por cento no setor público, de 3,9 por cento no segmento residencial e de 3,6 por cento no industrial. O setor rural consumiu 2,9 por cento mais energia que em 2005.

EFEITOS DO PAC

Tolmasquim afirmou que o PAC deve tornar mais barata a energia elétrica para o consumidor final, ao reduzir o custo dos investimentos do setor por meio do prolongamento de financiamentos e desoneração de máquinas e equipamentos.

“O maior prazo de financiamento dado pelo BNDES, a desoneração fiscal que está sendo permitida com o PAC permitirão tanto a atração do investidor privado como uma energia mais barata para população”, disse ele.

Segundo estimativas da EPE, o programa deve diminuir em 10 a 18 por cento o custo de geração de energia no país. Associado a medidas implementadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2005, isso representaria uma redução no custo da geração de até 28 por cento.

“O PAC é fundamental no sentido de tornar os investimentos mais baratos e, portanto, factíveis”, disse.

O presidente da EPE reiterou que não há risco de desabastecimento de energia até 2010. Ele salientou que se a economia crescer nos próximos quatro anos cerca de 5 por cento ao ano, conforme prevê o governo, haverá um déficit de 1.000 MW em 2010, mas isso, segundo ele, pode ser contornado.

“Nós faremos um leilão em maio de energia nova que já pode atender parte desse déficit e há também a perspectiva de entrada de novos produtores de energia neste período”, disse.

A previsão de Tolmasquim é que as usinas hidroelétricas de Santo Antonio e Jirau –no Rio Madeira, em Rondônia– sejam licitadas ainda este ano. Segundo a EPE, o leilão da usina de Santo Antonio deve acontecer no primeiro semestre, enquanto o da usina de Jirau ocorrerá a partir do segundo semestre.

Fonte:
Reuters