Consumo das famílias irá sustentar crescimento em 2007

09/01/2009

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) decidiu revisar para cima a previsão de crescimento do país deste ano. Dois fatores contribuíram para a melhora da projeção: a revisão na metodologia das contas nacionais feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a economia mais aquecida no primeiro trimestre do que o esperado, principalmente pelo maior consumo das famílias.

A previsão passou de 3,4%, divulgada no final do ano passado, para 4,2%. De acordo com a confederação, a demanda interna, e principalmente o consumo das famílias, irá sustentar a expansão do PIB (Produto Interno Bruto).

“A economia brasileira registrou inequívoca melhora neste primeiro trimestre de 2007. A demanda interna expande-se a um ritmo que se aproxima do observado em 2004, a inflação segue abaixo da meta perseguida pelo Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] e os mercados operam sem maiores turbulências”, avalia o boletim “Informe Conjuntural” da CNI, divulgado hoje.

A avaliação é que todos os componentes da demanda interna –consumo das famílias, do governo e taxa de investimento– terão uma expansão superior ao do PIB neste ano.

A expansão prevista para o consumo das famílias é de 5,2%, o que deve contribuir em 3,1 ponto percentuais na taxa de crescimento do PIB –ou seja, só esse consumo deverá explicar três quartos da expansão da economia neste ano. O consumo do governo irá aumentar 4,4% e a taxa de investimento, 10,5%.

O crescimento da demanda interna será sustentado, de acordo com a CNI, pela melhora nas condições de acesso ao crédito –fruto da queda nas taxas de juros– e pelo aumento da renda das famílias.

PIB industrial

Apesar da melhora no desempenho geral da economia, sob a ótima da demanda, a previsão relativa ao PIB industrial será revisada para baixo. No final do ano passado, a expectativa era de uma expansão de 4,2%, e que agora foi reduzida para 4%. Já as projeções para agropecuária e serviços eram de 4% e 2,4%, respectivamente, foram revistas para 6% e 4%.

Para a CNI, o aquecimento da economia no primeiro trimestre do ano não atinge a indústria como um todo. “Dentre as razões que explicam o desempenho setorial heterogêneo da atividade industrial, destacam-se a demanda externa –direcionada, em grande parte, para produtos básicos– e a taxa de câmbio”, avalia a entidade.

O boletim ressalta que a valorização do real restringe o crescimento das exportações e estimula a substituição de produtos nacionais por importados, o que afeta setores intensivos em mão-de-obra. Lembra ainda que a contribuição do setor externo para o PIB será negativa por conta do aumento das importações.

No primeiro bimestre do ano, a produção da indústria de transformação apresentou um crescimento de 3,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o faturamento das empresas cresceu 4,9%.

Revisões

No mês passado, a alteração promovida pelo IBGE na metodologia de cálculo das contas nacionais elevou as taxas de crescimento da economia entre 2002 e 2006. A do ano passado, por exemplo, passou de 2,9% para 3,7%.

Já a previsão do Ministério da Fazenda é de um crescimento de 4,5%. A do Banco Central, de acordo com o “Relatório de Inflação”, é de 4,1% –mas não considera a nova metodologia do IBGE. Já os analistas do mercado financeiro esperam que a economia brasileira tenha uma expansão de 4%.

Fonte:
Corumbá Online