Com recessão, empréstimos de risco crescem nos bancos italianos

03/08/2012

Os dois principais bancos da Itália, Intesa Sanpaolo e UniCredit, foram obrigados a reservar bilhões de euros para compensar um aumento acentuado nos empréstimos de risco, no momento em que apresentaram fortes quedas em seus lucros do segundo trimestre nesta sexta-feira.
 
O Intesa, maior banco de varejo italiano, reservou 1,08 bilhão de euros (US$ 1,31 bilhões) no segundo trimestre, 31% a mais do que um ano antes, uma vez que empréstimos podres cresceram 13%. As provisões do UniCredit contra empréstimos podres totalizaram 1,9 bilhão de euros, alta de 62%.Os números refletem a dificuldade macroeconômica italiana, onde o Intesa e o UniCredit obtêm 80% e 40% de suas receitas, respectivamente.As provisões pesaram fortemente sobre o lucro do UniCredit no segundo trimestre, que ficou em 169 milhões de euros, bem abaixo da previsão de analistas de 302 milhões de euros.
 
O Intesa teve um resultado melhor, com um lucro líquido de 470 milhões de euros, acima das expectativas de vários analistas, graças principalmente a 173 milhões de euros em restituição de impostos não-recorrentes. O resultado, entretanto, ainda ficou 41,5% abaixo do trimestre anterior."A situação econômica na Itália é claramente desafiadora", disse o presidente-executivo do UniCredit, Federico Ghizzoni, em uma teleconferência com analistas. As preocupações sobre a desaceleração econômica na terceira maior economia da zona do euro foi um dos fatores citados pela agência de classificação de risco Moody's quando rebaixou os ratings do Intensa, UniCredit e outros bancos italianos no mês passado, após reduzir em dois graus o rating da dívida soberana da Itália no mês passado.
 
Fonte:
reuters