CNI eleva previsão de alta do PIB de 2010 para 7,2%

01/07/2010

São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 6% para 7,2% em 2010. Em divulgação feita nesta quinta-feira, a taxa de crescimento do País foi revista, principalmente, pelo aumento dos investimentos no 1º trimestre do ano. De janeiro a março de 2010, o PIB brasileiro teve alta de 2,7%, de acordo com a CNI.

A confederação prevê ainda que o crescimento econômico será menor no 2º trimestre deste ano, alcançando 1% em relação aos três primeiros meses de 2010. Segundo a CNI, os últimos aumentos da taxa básica de juros (Selic) surtem efeito nos preços e no crédito. "Isso amortece o consumo por conta do encarecimento do crédito", disse o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco.

A CNI espera que as próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) resultem em aumento da Selic. Nos últimos 12 meses, até maio deste ano, a taxa de inflação ficou em 5,22%, sendo o quinto mês consecutivo que se registra percentual anual maior que a meta de 4,5% estabelecida pelo governo. A previsão da CNI é que o ciclo de alta dos juros termine em setembro e que a taxa básica de juros, que hoje é de 10,25%, chegue a 11,5% até o fim do ano.

Castelo Branco estima que a taxa de investimento será maior em 2010 do que foi em 2008, ano considerado como nível pré-crise. A previsão é de aumento na formação bruta de capital fixo de 18% para 24,5% em relação ao ano passado.

"O investimento cresceu 7,4% no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2009, fechando o terceiro trimestre consecutivo com alta superior a 7%. Esta é a condição de manter um ritmo de crescimento forte e sustentável: conseguir taxas elevadas de investimento por longos períodos", disse ele.

Segundo o gerente da CNI, outro fator que vai frear o ritmo de crescimento brasileiro é a crise financeira europeia e a demora na recuperação da economia americana. "Há dúvidas sobre a recuperação europeia e sobre a intensidade da recuperação americana. Esperávamos um crescimento ainda que moderado. Isso limita as condições de exportações brasileiras. As economias maduras ainda não voltaram e talvez ainda demorem a voltar ao padrão de normalidade no crescimento – aquele exuberante que se caracterizou até 2008", afirmou.

De acordo com Flávio Castelo Branco, a demora na recuperação das economias externas não chega a ser uma preocupação, já que a demanda interna vai ser a grande responsável por estimular o crescimento. "Se não fosse a limitação da demanda externa, cresceríamos ainda mais. Não é uma crise que causará problema para nós. Só que a demanda externa não contribuirá para o nosso crescimento como contribuiu até 2008", disse.

Mesmo assim, a CNI elevou a previsão no volume de exportações de US$ 185 bilhões para US$ 190 bilhões. "Esse aumento se deve aos mercados emergentes e à alta de preços", afirmou Flávio Castelo Branco.

Além de elevar a previsão do PIB, a CNI também aumentou a expectativa do consumo das famílias de 6,2% para 7,3% do PIB.

Fonte:
O Dia Online