Cerca de 60% das empresas ainda sentem efeitos da crise, diz pesquisa
23/09/2010
Apesar do faturamento recorde neste ano, pesquisa divulgada nesta quinta-feira (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 59% das empresas ainda dizem sentir os efeitos da crise financeira internacional – que eclodiu em setembro de 2008 com o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers e se estendeu até o fim do ano passado.
O levantamento foi feito com 1.353 empresas, sendo 771 pequenas, 393 médias e 189 grandes companhias, entre 30 de junho e 20 de julho deste ano.
"As grandes empresas foram mais afetadas negativamente pela crise, mas são as pequenas que registram maior percentual entre as empresas que ainda não se recuperaram", avalia a CNI. A pesquisa mostra também que, por setores, 74% ainda consideram que os impactos ainda não foram totalmente superados.
Segundo a pesquisa, 21% das empresas cujos investimentos foram cancelados por conta da crise financeira internacional, não os retomaram. Ao mesmo tempo, outros 27% reativaram os investimentos, mas em patamar inferior ao previsto anteriormente.
O acesso ao crédito, a níveis anteriores ao da crise financeira, ainda não foi atingido por 35% das empresas que responderam à pesquisa da CNI. Para 51% das empresas exportadoras, a demanda externa ainda segue inferior ao registrado antes de setembro de 2008. "Nos setores de couros, madeira e materiais elétricos, pelo menos 70% das empresas exportadoras assinalaram que a demanda externa hoje é menor do que antes da crise", informou a CNI.
Os números, porém, não são todos negativos. O levantamento mostra que 33% das empresas identificaram que a demanda (procura) por seus produtos já é maior do que antes da crise financeira. "De uma forma geral, a evolução da demanda interna foi especialmente positiva nos setores que consideram que a situação atual está melhor do que antes da crise", informou e entidade.
Fonte:
G1