Carro exportado é mais seguro que o vendido no Brasil, mostra teste
09/01/2009
Um teste de colisão realizado pela Pro Teste aponta que carros produzidos no Brasil para exportação têm mais segurança do que os feitos para o mercado interno. A diferença, segundo o teste, pode custar a vida do motorista. O airbag e o cinto retrátil e com pré-tensionadores saem de série das montadoras quando o destino do veículo é a Europa. O teste foi realizado em um laboratório na Alemanha.
O carro usado como exemplo pela Pro Teste foi o Fox, produzido pela Volkswagen, mas a entidade assegura que o modelo foi escolhido por estar entre os mais vendidos da categoria e que a ausência dos itens de segurança é verificada em todas as marcas. O Fox também foi considerado pelos testes um dos modelos brasileiros mais seguros.
O airbag, apesar de não ser um item de série, é opcional ao consumidor brasileiro. O cinto retrátil, no entanto, não está disponível no mercado nacional.
Apesar dos itens não serem obrigatórios por lei em alguns países da Europa, a cobrança do mercado acabou exigindo tais medidas. No Brasil, não há legislação que obrigue a incorporação dos itens.
“É inadmissível que o consumidor brasileiro use o mesmo carro que um europeu sem esses itens de segurança. Vamos conversar com a Anfavea (associação das montadoras) e com setores do governo e lutar para que os itens saiam de fábrica”, disse Maria Inês Dolci, coordenadora da Pro Teste.
Entre os danos aos motoristas, o teste aponta ferimentos nas regiões da cabeça e tórax, que são evitados com o airbag e o cinto retrátil. O teste considera um veículo em colisão frontal a 64 km/h.
O airbag também minimiza os impactos a quem está no banco do passageiro. Sem o item o consumidor pode ter ferimentos na cabeça e tórax de gravidade considerada de média a elevada. Com o airbag, o impacto é considerado de risco mínimo.
Segundo o médico Maurício Miname, do resgate do Corpo de Bombeiros, o cinto de segurança utilizado nos carros brasileiros serve, em uma colisão frontal, para evitar que os ocupantes sejam jogados para fora do carro.
O ideal, segundo ele, é que o item tenha mais flexibilidade para evitar danos com a desaceleração e não travem, como os usados nos carros nacionais. Além disso, o cinto deve segurar o passageiro de forma que ele não seja projetado para frente, o que aumenta em seis vezes o risco de morte na colisão.
Segundo pesquisa da Proteste, os itens de segurança, como o airbag, podem custar um adicional de R$ 5.800 nos carros nacionais. Para ela, a discussão com o governo deve envolver outras questões para permitir o acesso do consumidor, como a carga tributária, de cerca de 30% sobre os automóveis.
A Volkswagen, embora o Fox tenha sido usado apenas como exemplo, foi contatada para comentar os testes, mas até o momento não respondeu.
Fonte:
Correioweb