Câmbio derruba poder do investidor estrangeiro

09/01/2009

São Paulo, 22 de Maio de 2006 – Em dois anos, os aportes da Espanha crescem 15,7% em dólar, mas caem 3,8% em real. Os números mostram o impacto negativo do real valorizado em relação ao dólar nos investimentos produtivos estrangeiros no Brasil: em 2002, o País recebeu US$ 16,6 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED), o que, considerando o câmbio médio daquele ano, de R$ 2,93, significou o ingresso de R$ 48 bilhões. Em 2005, o aporte de US$ 15,2 bilhões foi equivalente a R$ 37 bilhões, devido ao câmbio médio de R$ 2,43.

Com a valorização da moeda brasileira, o País ficou mais caro para investidores externos, o que afeta seu poder de atração em relação a outras economias. O que torna a situação ainda mais delicada é que eventuais decisões sobre aumento de valores em moeda estrangeira para compensar flutuações na taxa do câmbio podem ser demoradas. Segundo especialistas, os executivos levam em média dois anos para decidir e mais dois para aplicar os recursos.

No ano passado, as empresas espanholas investiram US$ 1,22 bilhão no Brasil, 15,7% a mais do que o US$ 1,054 bilhão de 2004. Mas, ao se fazer a conversão para reais, os recursos caíram 3,8%. A adida comercial da Embaixada da Espanha, Ana Maria Hernandez, faz coro ao discurso do encarecimento do Brasil. No entanto, pondera que este é apenas um dos elementos que influem na decisão de empresas estrangeiras ao considerar o País para investir.

Fonte:
Gazeta Mercantil
Simone Cavalcanti