Brasileiros estão mais endividados, mas continuam pagando as contas

16/07/2012

Cerca de 62,5% das famílias das capitais brasileiras estiveram endividadas em 2011, mostra pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Federação do Comércio, Serviço e Turismo do Estado de São Paulo. Na comparação com 2010, o volume das dívidas cresceu 11,57%. A inadimplência (não pagamento de contas e débitos) diminuiu 0,9%

Nesse período, volume da dívida foi de R$ 145,1 bilhões para R$ 161,9 bilhões por mês. A parte da renda dessas famílias comprometida com as dívidas também diminuiu, em um total de 0,04%. Segundo a FecomercioSP, isso mostra que as famílias estão aprendendo a administrar melhor suas rendas. A média atual da relação dívida/renda é de 29,5%.

Um fator que contribuiu para o endividamento foi o aumento de 2,4 pontos percentuais nas taxas de juros, que custaram às famílias um desembolso de cerca de R$ 42,3 bilhões a mais para pagá-los. No total, as famílias das capitais gastaram R$ 135 bilhões pagando juros.

A capital que aparece mais endividada no estudo é Florianópolis, onde o aumento foi de 45,6% com relação ao ano anterior, com cerca de 118 mil famílias (88,8%) endividadas. Em praticamente todas as capitais do Sul houve aumento na quantidade de famílias com dívidas. Porém, para os analistas da FecomercioSP, isso não é preocupante, pois a região tem renda mais elevada que a média do País. Por isso a capacidade de endividamento é maior.

São Paulo ficou como a capital com a menor quantidade de famílias endividadas: cerca de 1,6 milhão de famílias (47%). O total de endividados na cidade também recuou 0,27%, o que corresponde a aproximadamente 4,5 mil famílias. A capital com maior recuo do número de endividados foi Aracaju, onde o número de famílias com esse problema foi de cerca de 131 mil para 116 mil durante o ano, em queda de 11,1%.

A FecomercioSP explica que, ao contrário do Sul, as famílias do Nordeste têm renda mensal abaixo da média nacional e, assim, menos capacidade de se endividar, ao menos na visão do setor financeiro.

 

Fonte:
Terra