Brasileiro pode investir a partir de hoje nas Bolsas dos Brics
02/04/2012
Uma parceria inédita vai permitir que os investidores brasileiros apostem na oscilação dos principais índices da Bolsas de Valores dos países que fazem parte dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
A BM&FBovespa começa a negociar a partir desta sexta-feira (30), em forma de contrato futuro, a listagem de derivativos de seis índices de Bolsas. São eles: Micex (Rússia), Sensex (Índia), Hang Seng Hong Kong e Hang Seng China Enterprises (ambos na China) e FTSE/JSE Top40 (África do Sul).
O Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) também passa a ser listado em forma de contrato futuro nas Bolsas desses países.
O mercado futuro é a negociação de ações a um preço definido entre compradores e vendedores, com vencimento em uma data determinada em contrato.
Segundo a representante da BM&FBovespa no projeto, Marta Alves, o objetivo da aliança, batizada de BRICSmart, é criar um canal que facilite o fluxo de recursos de investidores desses países a oportunidades em economias emergentes de alto crescimento.
"Como os contratos são em moeda local, isso dá aos investidores a oportunidade de ter acesso a produtos referenciados em mercados de fora sem as mesmas limitações existentes para o investimento tradicional em ativos no exterior", disse.
Por enquanto, não há uma meta para o volume de negócios com esses contratos, explicou ela. Mas cada Bolsa já está em tratativas para contratação de formador de mercado, atividade que visa dar liquidez às negociações.
Numa segunda etapa, será lançado um índice BRICSmart, referenciado nos contratos de futuros de cada bolsa e que será negociado em cada uma das cinco bolsas.
Empresas tentam se proteger de oscilações do mercado
As empresas utilizam os contratos futuros para se protegerem de grandes oscilações do mercado que poderiam trazer perdas financeiras, o chamado hedge. Mas esse tipo de contrato também é utilizado para a especulação.
Os contratos futuros da Bovespa possuem ajustes diários, sendo atualizados todos os dias de acordo com o fechamento do pregão. Por esse motivo é preciso ter uma sobra de caixa para acompanhar as oscilações do índice. Por exemplo, caso o Ibovespa tenha uma forte queda no dia, o investidor terá que pagar de acordo com a desvalorização.
Os principais contratos futuros no país são os da própria Bovespa, além de contratos de câmbio e juros.
Investimento para profissionais experientes
Investir no mercado futuro não é a melhor opção para iniciantes, segundo o economista chefe da Corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.
“O investimento em índice futuro é indicado para um profissional com experiência no mercado de capitais. Por ter uma volatilidade muito grande, não é aconselhável para quem está chegando agora na Bolsa”, disse.
O economista fala ainda sobre a necessidade de conhecer profundamente os mercados em que serão investidos o dinheiro.
"Quem optar por essa modalidade de investimento precisa conhecer o mercado no qual está investindo. No Brasil, o Ibovespa é muito afetado pela ações de Petrobras e Vale, por isso é necessário sempre acompanhar o comportamento delas. No exterior, é necessário conhecer e acompanhar as empresas que afetam esses índices", declarou.
Fonte:
Uol
(Com informações da Reuters)