Brasil possui 1,4 milhão de empresas comerciais, diz IBGE

09/01/2009

Estudo aponta que empresas têm R$ 940,2 bilhões de receita líquida

RIO – A Pesquisa Anual de Comércio do IBGE, relativa a 2005 e divulgada na manhã desta quinta-feira, 17, contabilizou 1,438 milhão de empresas comerciais (atacado e varejo) em todo o País, com R$ 940,2 bilhões de receita líquida e onde trabalhavam 7,074 milhões de pessoas.

Segundo a pesquisa, as empresas com menos de 20 pessoas ocupadas representavam 97,8% do total de empresas comerciais. As empresas atacadistas tinham a maior receita (R$ 418,9 bilhões), mas o varejo reunia 84,2% das empresas e ocupava 75,2% dos trabalhadores do comércio.

No atacado, a venda de combustíveis e lubrificantes foi responsável pela maior parte (34,2%) da receita líquida. Já no varejo, os hiper e supermercados reuniam apenas 0,9% das empresas, mas eram responsáveis por 24% da receita líquida deste setor. As empresas varejistas desse segmento apresentaram a maior receita por estabelecimento e pagaram R$ 5,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, participando com 16,9% do total de R$ 33,9 bilhões para o comércio varejista.

Varejo
O varejo reduziu sua participação no total do comércio de 2000 a 2005, enquanto o atacado elevou sua fatia, segundo mostra a pesquisa. O varejo, que detinha em 2000 o equivalente a 58,5% do valor adicionado (riqueza gerada pelo setor) das empresas comerciais, passou a deter 52,1% em 2005. O atacado, por sua vez, elevou a fatia de 29,9% para 35,5% no período. O comércio de veículos, peças e motocicletas, pesquisado a parte, elevou a sua participação de 11,5% para 12,4%.

Além disso, em 2000, a participação do comércio varejista no total da mão-de-obra das empresas comerciais caiu de 77,2% para 75,2% entre 2000 e 2005, enquanto o atacado elevou a sua de 14,2% para 15,0%. O comércio de veículos, peças e motocicletas aumentou a sua participação no total de ocupados de 8,6% para 9,8%.

Veículos
A pesquisa também mostrou que a venda de veículos automotores agrupava 19,9% do número de empresas do comércio de veículos, motos e peças e gerou uma receita líquida de revenda de R$ 87,0 bilhões (70,5% do total desse segmento) em 2005. Em seguida, a atividade de peças para veículos representou 23,5% do total da receita líquida de revenda e 72,1% do número de empresas. Apenas 8,6% do total das empresas comerciais do País comercializavam veículos, peças e motocicletas em 2005.

O comércio de veículos e peças ocupava, em média, seis pessoas por empresa e pagava, em média, 2,3 salários mínimos. O comércio de veículos automotores empregava, em média oito pessoas por empresa, com média salarial de 3,3 salários mínimos, valores acima do total da atividade.

Regiões
A região Sudeste perdeu participação em todas as variáveis investigadas de 2000 para 2005 na Pesquisa Anual de Comércio do IBGE. Em 2000, ela representava 55,8% do total de receita bruta de revenda de mercadorias do Brasil, e reduziu sua parcela para 54,1%, em 2005. A Região Sul participava com 20,5% e, em 2005, manteve-se no mesmo patamar. O Nordeste apresentou pequeno crescimento na participação, de 13,2% para 13,5%.

Já o Centro-Oeste, em relação à receita bruta de revenda, entre os anos 2000 e 2005, teve o maior ganho de participação: de 7,7% para 8,7%.

O Sudeste, região com a maior representação em salários, retiradas e outras remunerações, reduziu sua participação de 60,0% para 57,9%. As demais regiões aumentaram suas participações, com exceção da Nordeste que teve pequena diminuição, de 12,0% para 11,8%.

A Região Sudeste absorveu a maior parcela do pessoal ocupado nessa atividade, 53,5% em 2000 e 52,3% em 2005. A Região Sul manteve-se a segunda (20,7% em 2000 e 20,8 em 2005) e o Nordeste registrou um pequeno aumento (de 15,7% para 15,9%).

Fonte:
Estadão.com.br