Brasil e México assinam acordo energético
09/01/2009
Juan David Leal México, 6 ago (EFE)- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu colega mexicano, Felipe Calderón, selaram hoje uma série de acordos no setor comercial e energético não renovável, nos quais o México colocou o Brasil como um exemplo a sesr seguido no desenvolvimento do setor petroleiro.
“Nós temos que analisar objetivamente todas as experiências possíveis, particularmente as experiências positivas como as que a Petrobras teve em sua evolução, que a consolidou como uma empresa bem-sucedida e útil para o povo brasileiro”, afirmou Calderón em entrevista coletiva com o presidente Lula.
O Brasil assinou hoje um acordo com o México para fortalecer a segurança energética, fomentar o uso das energias renováveis (biocombustíveis) e realizar um intercâmbio de tecnologias em matéria de exploração e produção de petróleo e gás.
Calderón declarou que a Pemex – empresa estatal de Petróleo no México – deve aprender com o Brasil. Segundo ele, a Petrobras viveu uma transformação positiva na última década. O México passa por um declínio na produção petrolífera, apesar das grandes reservas. “O Brasil está aumentando consistentemente sua produção”, declarou.
Ele destacou o desenvolvimento das tecnologias brasileiras para a exploração de 100 poços de petróleo em águas americanas no Golfo do México. Além disso, lamentou a importação da gasolina no México, enquanto o Brasil a produz e exporta.
Segundo o líder mexicano, a colaboração entre Petrobras e Pemex acontecerá de acordo com as disponibilidades da lei. O México limita a participação privada no setor petrolífero.
Lula acredita que as duas companhias podem pensar em levar suas experiências de produção petrolífera para outros países. Seriam determinadas, primeiramente, as condições de financiamento, e depois o investimento em novas tecnologias.
“Se a metade do que se diz sobre o aquecimento global for verdade, os biocombustíveis serão inexoráveis e irreversíveis”, acrescentou, além de afirmar a necessidade de buscar novas fontes de energia.
Segundo ele, a produção de etanol gera muito emprego e não contamina tanto, além de permitir que um número maior de países produzam energia – e não apenas 20.
Lula – que estava acompanhado de vários ministros – pediu ao México para olhar mais decididamente a América do Sul e o Mercosul.
O presidente deseja o aumento do comércio bilateral e de investimentos entre os dois países.
“Vamos trabalhar para que o México seja membro do Mercosul, mas é preciso cumprir primeiro várias regras”, afirmou durante encontro com empresários.
No fim da visita, Lula e Calderón assinaram uma série de convênios em diversos âmbitos.
Eles se comprometeram a facilitar as entradas de turistas e empresários nos dois países, com o objetivo de minimizar os impactos negativos da reintrodução dos vistos em outubro de 2005.
Além disso, criaram um Grupo de Estudo de Alto Nível (GEAN) para analisar as relações comerciais, e um outro para troca de informações sobre políticas econômicas.
Os ministérios de Agricultura mexicano e brasileiro assinaram uma carta de intenções para o desenvolvimento agroalimentar e dos sistemas de bioenergia.
Também foram feitos acordos sobre cooperação científica e a criação de um centro binacional de pesquisa em nanotecnologia e biotecnologia. Além disso, os dois países farão um intercâmbio de exposições de arte e cultura em 2008 e 2009.
Os dois presidentes assinaram um tratado sobre assistência jurídica em matéria penal para aumentar a cooperação para o combate ao crime transnacional. EFE jd rg/ma
Fonte:
Agencia EFE