Brasil deve crescer menos que a América Latina em 2007

09/01/2009

O Brasil deverá crescer a taxas de 4,4% em 2007 e 4,2% em 2008, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Relatório de Perspectivas Econômicas para 2007, divulgado nesta quarta-feira (11).

Apesar de as previsões para o país serem mais otimistas que a do relatório anterior, divulgado em setembro de 2006, que previa avanço de 4% para o país neste ano, o crescimento brasileiro ainda é menor que a média prevista para a América Latina: para a região, o Fundo espera expansão de 4,9% em 2007.

“A política monetária no Brasil tem sido aliviada substancialmente ao longo dos últimos 18 meses, e com a inflação contida o país terá oportunidade para manter esse ciclo de flexibilização”, disse o FMI em seu relatório. A inflação brasileira deve ser de 3,5% este ano, abaixo da previsão de 4,1% feita em setembro.

Apesar da melhora, o relatório também põe o Brasil atrás de várias nações do continente neste e no próximo ano – o Brasil crescerá menos do que pequenas economias como Honduras e Barbados, na América Central, que crescerão 4,8% e 4,9% em 2007, respectivamente. É também uma taxa inferior à da Venezuela e à da Argentina, que crescerão 6,2% e 7,5% neste ano, respectivamente.

No mundo
A economia global continua em rota para contínuo crescimento robusto em 2007 e 2008, embora em ritmo mais moderado do que em 2006. No relatório, o Fundo projeta que o crescimento global será de 4,9% neste ano, ante 5,4% em 2006.

“Os riscos à perspectiva parecem menos ameaçadores do que no período da Perspectiva Econômica Global em setembro de 2006, à medida que o preço do petróleo declina e condições benignas financeiras globais têm ajudado a limitar contágio da correção no mercado imobiliário nos EUA e a conter as pressões inflacionárias. O crescimento no globo parece bem sustentado e os riscos de inflação têm se moderado”. A equipe do FMI vê cerca de uma em cinco a probabilidade de o crescimento ficar abaixo de 4% em 2008.

China e Europa
Para a China, a projeção do FMI é de crescimento de 10% neste ano e de 9,5% em 2008. “O crescimento da China deve continuar rápido em 2007 e 2008, embora abaixo do tórrido ritmo de 2006, enquanto a economia da Índia deverá continuar crescendo rapidamente. Para este último país, o Fundo prevê crescimento de 8,4% e 7,8%, respectivamente, em 2007 e 2008”.

O FMI prevê crescimento da zona do euro (13 países que compartilham o euro como unidade monetária) em 2,3% tanto em 2007 quanto em 2008. Para o Japão, a estimativa é de 2,3% neste ano e 1,9% em 2008.

Para as projeções neste relatório, o Fundo estimou o preço do barril do petróleo em US$ 60,75 em 2007 e US$ 64,75 em 2008. Para a projeção feita em 2006, o preço estimado era de US$ 64,25 por barril.

EUA
Entre as principais economias avançadas, a desaceleração no crescimento em 2007 deve ser mais pronunciada nos EUA, prevê o FMI. No relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo prevê que os EUA irão crescer 2,2% neste ano, abaixo dos 3,3% registrados em 2006. “O setor imobilIário permanece um peso substancial sobre o crescimento”, adverte o FMI.

Mas, ao longo do ano, a economia do país pode ganhar fôlego à medida que o peso do setor de imóveis tiver moderação. Para 2008, o Fundo projeta crescimento de 2,8%. De qualquer forma, o FMI reconhece que a questão central é se a deterioração de imóveis é temporária ou prolongada.

Os efeitos das perdas do setor de imóveis podem ser amplificados se o aperto no padrão de financiamentos no setor subprime (de maior risco) conduzir a uma ampla reavaliação da disponibilidade de crédito na economia. Uma ocorrência assim poderia “implicar uma desaceleração mais profunda ou mesmo uma recessão nos EUA, com potencial de contágio em outros países”.

Fonte:
G1 Com informações da
Agência Estado e da Reuters