Brasil cai em ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial

09/01/2009

O Brasil perdeu nove posições no ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial deste ano, ficando em 66º (57º no ano passado) entre 125 países, segundo dados divulgados nesta terça-feira.

A posição do Brasil no ranking é um reflexo da colocação “particularmente pobre” na categoria Macroeconomia, 114º (em 2005, o país havia ficado em 91º lugar). “Isso é resultado do grande déficit orçamentário em relação aos de outros países, se não pelo desempenho historicamente pobre do Brasil”, diz o boletim do Fórum.

O documento ainda destaca como razões da queda de posição do Brasil os altos níveis de endividamento do governo e o spread dos juros, o que evidencia “os pesados custos de intermediação do setor bancário brasileiro”, que afetam de modo negativo os investimentos do setor privado e contribuem para um crescimento econômico mais baixo.

A posição do Brasil também é a mais baixa entre os BRICs (termo cunhado pelo banco de investimentos Goldman Sachs para denominar o grupo de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China): A Índia ficou em 43º; a China, em 54º (Taiwan ficou em 13º); e a Rússia, em 62º.

As outras oito categorias são: Instituições; Infra-estrutura; Saúde e educação básica; Educação superior e treinamento; Eficiência de mercados; Disponibilidade tecnológica; sofisticação de negócios; e Inovação.

Na América Latina, o país mais competitivo, segundo o ranking, é o Chile, que ficou em 27º lugar –mesmo ocupado em 2005. Sistemas regulatórios, instituições sólidas (com um grau de transparência que supera a média da União Européia) e mercados relativamente livres de distorções mostram que o país se manteve estável, segundo o Fórum.

“Dada a posição altamente competitiva do Chile, o governo terá de dar atenção à atualização das habilidades da força de trabalho”, diminuindo a diferença na comparação com a Finlândia (2º), Irlanda (21º) e Nova Zelândia (23º), com os quais o Chile pode ser comparado, diz o documento.

O México –que estava atrás do Brasil no ano passado– subiu uma posição e ficou em 58º. O país apresentou bom desempenho em termos de saúde, educação primária, tecnologia e eficiência de mercados, mas partilha com a América Latina de um modo geral uma certa fraqueza institucional, segundo o documento.

O Brasil, no entanto, superou neste ano todos os outros membros efetivos do Mercosul: a Argentina, que estava à frente do Brasil em 2005, perdeu 15 posições e ficou em 69º; o Uruguai caiu três colocações, para o 73º lugar; a Venezuela caiu quatro e ficou em 84º; e o Paraguai também caiu quatro e ficou em 106º.

Segundo o Fórum, outros países latino-americanos, como Bolívia (97º), Equador (90º), Guiana (111º), Honduras (93º), Nicarágua (95º), Paraguai e Venezuela enfrentam problemas como indefinição dos direitos de propriedade, interferência nos processos decisórios, operações ineficientes do governo e ambientes instáveis para negócios.

Primeiros lugares

Em primeiro lugar neste ano ficou a Suíça (4ª colocada no ano passado), desbancando os EUA, que caíram para a 6ª posição. Os déficits no orçamento e no comércio, além de baixos padrões de serviços de saúde e de educação afetaram a classificação do país.

Também prejudicaram a avaliação do país a ação pífia após a destruição causada pelo furacão Katrina no ano passado, os casos de corrupção no governo e a queda na oferta de jovens qualificados devido às restrições sobre a imigração.

“Há um risco significativo tanto para a competitividade geral do país quanto para o futuro da economia global, dado o tamanho relativo dos EUA”, diz o documento.

Veja algumas das posições do ranking:

1º) Suíça
2º) Finlândia
3º) Suécia
4º) Dinamarca
5º) Cingapura
6º) EUA
7º) Japão
8º) Alemanha
9º) Holanda
10º) Reino Unido
24º) Coréia do Sul
27º) Chile
43º) Índia
45º) África do Sul
54º) China
58º) México
62º) Rússia
65º) Colômbia
66º) Brasil
69º) Argentina
73º) Uruguai
88º) Venezuela
97º) Bolívia
106º) Paraguai
121º) Moçambique
122º) Timor-Leste
123º) Chade
124º) Burundi
125º) Angola

Fonte:
Folha Online
VINICIUS ALBUQUERQUE