Bradesco supera Itaú e tem lucro de R$ 2,62 bilhões

09/01/2009

Acompanhando a tendência observada na semana passada no resultado do Itaú , o Bradesco anunciou lucro líquido recorde de R$ 2,62 bilhões no semestre puxado pela expansão do crédito ao consumidor. A alta foi de 109,7% no semestre.

O valor é superior ao Itaú, que obteve R$ 2,475 bilhões no período, e é o melhor resultado obtido em um semestre por um banco brasileiro.
O lucro do segundo trimestre foi de R$ 1,416 bilhão, 120% acima do mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido do banco também subiu de 19,4% nos primeiros seis meses do ano passado para 34,8% nesse semestre. O índice se aproximou do obtido pelo Itaú, que marcou 35,6%.

Os ativos totais chegaram a R$ 194,5 bilhões, crescimento de 10,4% em relação ao primeiro semestre de 2004. O patrimônio líquido do banco subiu 27,8%, passando de R$ 13,65 bilhões para R$ 17,45 bilhões.
O valor de mercado da instituição cresceu quase 100%, passando de R$ 20,4 bilhões para R$ 39,6 bilhões em 12 meses.

O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, reconhece que as grandes empresas estão buscando se financiar no mercado de capitais, e afirma que a estratégia de expansão do crédito à pessoa física foi responsável pelo crescimento do banco nos últimos meses.
Do total do lucro, 34% veio do crédito. A carteira de crédito, avais e fianças aumentou 20,2% em relação aos primeiros seis meses do ano passado e 4,4% em relação a março deste ano, atingindo R$ 78,3 bilhões, sendo R$ 69,8 bilhões de crédito. A carteira de financiamento ao consumo chegou a R$ 24,6 bilhões.

O índice de inadimplência caiu de 4% para 3,2%.
Cypriano explica que devido à expansão do primeiro semestre, o banco aumentou a previsão de crescimento da carteira. No inicio do ano eles esperavam crescimento entre 20% e 22%. Agora já admitem crescimento entre 20% e 25%. Desse total, 50% deve ser o crescimento para pessoa física e 16% para pessoas jurídicas.

Outro destaque foram os acordos com lojas de varejo realizadas pelos bancos. O volume de crédito concedido por meio do acordo com as Casas Bahia atingiu R$ 707 milhões, sendo R$ 663 milhões neste trimestre.
A estimativa inicial era de R$ 1 bilhão até o final do ano. “O crescimento foi rápido e estamos muito animados”, afirmou o presidente. Na semana passada, o banco fechou parceria com a Lojas Colombo . Outros acordos foram com Lojas Salfer , Rede Comper e Lojas Leader.

A única queda aconteceu na carteira para grandes empresas, com redução de 5,76%. Segundo o banco, a redução ocorreu devido ao efeito da valorização do real diante do dólar e do desenvolvimento do mercado de capitais.
Cypriano explica que o banco lidera agora as estruturações de operações no mercado de capitais, com 42,8% das emissões de ações, debêntures e notas promissórias. “Há uma certa compensação em termos de faturamento”, acredita o presidente.
Além disso, estas empresas estão, de acordo com o banco, com níveis muito baixo de endividamento e alavancagem. No setor de micro, pequenas e médias empresas, a carteira passou de R$ 16,3 bilhões no primeiro semestre para R$ 20,1 bilhões.

A margem financeira do banco subiu para R$ 7,609 bilhões, aumento de 18,7% em relação ao primeiro semestre de 2004. O índice de Basiléia está em 15,8%. Com isso, o banco tem potencial de crescimento da carteira da ordem de R$ 65 bilhões.
A receita com prestação de serviço também cresceu 27%, atingindo 3,421 bilhões. O volume de cobranças passou de R$ 555 bilhões para R$ 673 bilhões no primeiro semestre.

O setor de seguros foi responsável por 30% do lucro do banco, seguido por prestação de serviços com 25% e títulos e valores mobiliários, com 11%. O lucro por ação passou de R$ 2,63 para R$ 5,34 e o retorno sobre os ativos médios subiu de 1,4% para 2,7%, nos primeiros seis meses em relação ao mesmo período do ano passado.
O banco acredita que a economia deva continuar estável devido aos fundamentos econômicos sólidos e à queda da inflação, que deve atingir o centro da meta, 5,1%, e nem mesmo a crise política deve trazer transtornos. “Creio que a área econômica possa influenciar positivamente a área política”, avalia Cypriano.

Ainda de acordo com ele, pesquisas internas do Bradesco indicam que 89% dos empresários declararam manutenção das expectativas de investimentos e 85% dos exportadores disseram que pretendem manter os planos de vendas no exterior.

Fonte:
DCI
Fernando Travaglini
9/8/2005