Bovespa e Fiesp lançam Índice do Setor Industrial
09/01/2009
O Indíce do Setor Industrial (INDX) entrou em vigor nesta segunda-feira (03/07) e medirá o desempenho das ações das indústrias de transformação listadas na Bolsa. Fruto da parceria entre a Federação do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), reúne 54 ações de 48 companhias e de 14 diferentes setores.
Aberto pelos presidentes da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, e da Fiesp, Paulo Skaf, o INDX agrupa em sua primeira carteira companhias que refletem liquidez ponderada pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação (free float), a exemplo dos índices IBrX 50 e IbrX 100, que seguem padrões dos principais indicadores internacionais.
O setor de Siderurgia detém a maior participação, com 41,5%, seguido de Bebidas (17,7%), Madeira e Papel (11,7%), Material de Transporte (9,5%) e Químico (4,8%). Considerando-se os ativos com maior peso individual, figuram as ações preferenciais da Ambev (14,8%), as ações ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional (8,24%), as ações preferenciais da Gerdau (8,46%), as ações ordinárias da Embraer (7,69%) e as ações preferenciais classe A da Usiminas (7%).
Análise retroativa feita pela Bovespa mostra que, de 30 de dezembro de 1999 a 01 de junho de 2006, o INDX acumulou rentabilidade de 489,16%, superando o IBrX-50 e o Ibovespa, que renderam 235,15% e 113,89% nesse mesmo período, respectivamente.
De acordo com Paulo Skaf, a indústria de transformação merecia há muito um índice, pois o setor representa 27% de todo o movimento negociado diariamente na Bolsa. “O INDX funcionará como um termômetro dos efeitos e reações das decisões tomadas pela política econômica no País”, afirmou.
Para Raymundo Magliano Filho, o índice também permitirá ao mercado de capital, uma visão mais clara do desenvolvimento da indústria de transformação. “Espero que muitas outras empresas participem da Bolsa e aumentem sua participação no Índice”.
Um estudo elaborado pela Fiesp, que compara os desempenhos dos índices INDX, IBrX 50 e da taxa de juros Selic, revela o impacto direto da alta dos juros no setor produtivo: quando os juros sobem, o mercado de capitais revê, para baixo, o valor das empresas industriais, antecipando perda de rentabilidade, lucros e investimentos menores. O mesmo estudo indica, também, efeito negativo da valorização do câmbio na avaliação das companhias do segmento.
O INDX é o nono índice da Bolsa, terá sua carteira reclassificada ao final de cada quadrimestre, vigorando para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro, e será calculado em tempo real, a exemplo dos demais índices da Bovespa.
Para entrar no INDX, a ação deve ser emitida por uma empresa do setor industrial de transformação. Não podem participar segmentos como exploração de petróleo e mineração, regra que exclui, por exemplo, Petrobras e Vale do Rio Doce (CVRD) do novo índice.
Além disso, a ação deve estar entre as 150 mais líquidas da bolsa paulista e ter, no mínimo, 70% de presença nos pregões, tudo baseado nos últimos 12 meses. O INDX terá sua carteira reclassificada ao final de cada quadrimestre, obedecendo o mesmo cronograma seguido pela Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador da bolsa paulista.
Fonte:
Bovespa/Agência Indusnet Fiesp
Fotos: Kênia Hernandes