Bolívia, mais uma região vota pela autonomia

09/01/2009

Pesquisas de boca-de-urna realizadas pela rede de Televisão ATB indicam que a região boliviana de Tarija aprovou o “sim” para o estatuto da autonomia, com de 80,3%.

Considerado ilegal pelo governo, o plebiscito que deverá ampliar a poderosa frente de oposição para quatro regiões rebeldes ao presidente Evo Morales (Tajira, Santa Cruz, Beni e Pando), finalizou depois de oito horas, em meio a tensões entre setores leais ao governo e organizações civis que apóiam as autonomias ante o centralismo de La Paz.

Até o início da noite de ontem, os resultados oficiais ainda não haviam sido divulgadas. A previsão é de que os números sejam conhecidos apenas amanhã.

Segundo o prefeito de Tarija, Mario Cossío, “este dia vai representar uma grande página de nossa história nacional” sendo um marco na luta pela instalação de regimes autonômicos nos nove departamentos da Bolívia.

Para impedir a votação, estradas foram bloqueadas em cidades da província do Grande Chaco, como Yacuiba e Bermejo. Cerca de duzentos manifestantes do Movimento Sem-Teto bloquearam a estrada que liga Tarija a Potosí e La Paz contra o referendo. As pessoas ergueram barricadas com pedras e troncos e queimaram um boneco que simbolizava o prefeito (governador) de Tarija, Mario Cossío, principal defensor da autonomia

“Somos dez mil vizinhos do Movimento Sem-Teto (…) vivendo em bairros periféricos sem água, sem eletricidade”, disseo líder do Movimento, Marcelo Poma, alegando que Cossío não destinou nem 5% do orçamento regional à construção de casas.

Na véspera do referendo, uma explosão de dinamite ocorreu em Yacuiba em frente a uma rede de televisão privada favorável à autonomia, causando danos materiais. (das agências)

EMAIS

– Tarija, que tem cerca de 400 mil habitantes, representa 12,8% do PIB boliviano

– A região é muito rica em gás natural, concentrando 85% de toda produção do País. As reservas estão estimadas em 1,36 bilhões de m³, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas

– Cerca de 30 milhões de m³ diários de gás natural são exportados para o Brasil. Para a Argentina, são 1,4 milhão de m³ diários do produto

Fonte:
O Povo