Bolívia cogita aumentar em pelo menos US$ 1 preço do gás
09/01/2009
país vende o gás aos brasileiros por US$ 3,26 e aos argentinos, por US$ 3,19
LA PAZ – O governo da Bolívia cogita elevar em pelo menos US$ 1 o preço do gás natural que exporta para o Brasil e a Argentina, embora tenha esclarecido que o reajuste deverá ser negociado com as autoridades dos países consumidores, informou neste domingo o jornal La Razón, de La Paz. O presidente Evo Morales teria dado a informação quando participava de um congresso do sindicato dos trabalhadores do cultivo de coca, realizado sábado em Cochabamba.
Em seu discurso aos cocaleiros, Morales explicou que, aumentando em US$ 1 o preço do milhar de BTU (Unidade Térmica Britânica) de gás, o Estado poderia receber “quase US$ 300 milhões” ao ano, o que permitiria zerar o déficit fiscal do país. O jornal indica que, ao ser consultado sobre a possibilidade de aumentar em US$ 2 a tarifa, o governante disse que a opção será analisada por uma comissão técnica.
“São acordos da Bolívia não como empresa, mas como Estado, como pátria”, disse Morales, que afirmou que a revisão do preço está estipulada no contrato assinado com o governo brasileiro em 1999. O documento determina que a negociação deve acontecer a cada cinco anos e que as conversas estariam atrasadas dois anos.
Morales denunciou que seus antecessores no poder não quiseram negociar o reajuste. “Felizmente, os governantes da Argentina e do Brasil aceitam a revisão correspondente”, disse.
Já o jornal La Prensa publicou que o governo pretende dobrar o preço do gás, tomando como referência os US$ 7 que o Chile poderia pagar para importar gás natural liquefeito.
A Bolívia possui um volume de 48,7 trilhões de pés cúbicos de gás, a segunda maior reserva da América do Sul, só atrás da Venezuela, que tem o triplo. A Bolívia vende gás aos brasileiros por US$ 3,26 por milhar de BTU e, aos argentinos, por US$ 3,19, segundo a publicação. As remessas para o Brasil e a Argentina são, respectivamente, de 26 e 6 milhões de metros cúbicos ao dia.
Fonte:
Estadão.com.br
Efe