Biodiesel atingirá grande escala com fábricas da Dedini

09/01/2009

Piracicaba (SP), 13 de Julho de 2004 – Parceria com a italiana Ballestra garante a tecnologia. A Dedini S/A Indústrias de Base, líder nacional no fornecimento de usinas de açúcar e álcool, formaliza hoje acordo comercial com a empresa italiana Ballestra para venda de unidades industriais destinadas à produção de biodiesel em larga escala no País. O anúncio será feito durante a abertura do Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec), em Piracicaba (SP).

A parceria com a Ballestra prevê a transferência de tecnologia para montagem de unidades industriais formatadas para produção continuada do combustível a partir de vários tipos de biomassa. O acordo é estratégico, segundo o vice-presidente de operações da Dedini, José Luiz Olivério. É o primeiro consórcio formado para fornecimento de usinas produtoras de biodiesel em escala industrial, acima de 40 milhões de litros por ano.

As duas empresas se preparam para atender ao mercado brasileiro do combustível que deve surgir a partir de novembro. É nesse mês que o governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, pretende definir o marco regulatório com os fundamentos do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) deverá editar as portarias que reconhecem oficialmente o produto como combustível. Para isso, a regulamentação definirá especificações do produto, estruturará a cadeia produtiva e apresentará os critérios para tributação e fiscalização.

Na primeira fase, a mistura de 2% de biodiesel sobre o diesel produzido a partir do petróleo será facultativa. O percentual de mistura foi definido como o máximo possível para as configurações dos motores em uso hoje no Brasil. Mesmo assim, a Dedini acredita que o programa seja o pontapé inicial para a criação deste mercado no País.

A autorização para a mistura vigora a partir de janeiro do próximo ano. Tomando como base a demanda brasileira de diesel atual, a determinação cria um mercado potencial de 720 milhões de litros de biodiesel por ano. Mas a aposta da Dedini é bem mais ousada. A expectativa é que, em 2020, o Brasil poderia chegar a uma mistura de 20% de biodiesel, o que significa uma demanda de aproximadamente 13 bilhões de litros do biocombustível por ano.

Gazeta Mercantil/1ª Página
Agnaldo Brito 13/7/2004