Berlusconi pede que italianos reajam à crise econômica mundial

Agência ANSA

MILÃO – O premier italiano, Silvio Berlusconi, afirmou nesta terça-feira que os italianos precisam reagir à crise econômica mundial e combater o 'vírus que vem dos Estados Unidos' e contestou que a crise tenha atingido as famílias italianas.

As afirmações foram feitas pelo primeiro-ministro antes de seu embarque no trem de alta velocidade Frecciarossa, que realiza hoje a primeira viagem com duração de três horas de Milão a Roma. Até então, o percurso era feito em cerca de seis horas.

– Seria preciso que todos tenham a vontade de reagir, de ter muita confiança, de se empenhar e talvez trabalhar ainda mais diante desta gripe norte-americana, deste vírus que vem dos Estados Unidos – afirmou o primeiro-ministro italiano.

Berlusconi também rebateu as notícias de que a crise tenha atingido os italianos, explicando que "83% das famílias italianas possuem casas próprias", que podem ser ampliadas, "movimentando o dinheiro que está parado no banco".

– O sistema bancário é sólido e temos pequenos e médios empresários extraordinários. Temos todas as condições para pensar no futuro com confiança e sair dessa crise da qual não se entende bem que medidas devem ser adotadas e por isso, estamos todos tomando um pouco de aspirina – afirmou o premier.

Berlusconi voltou a afirmar que todos os países estão nesta situação, e ratificou que, ao conversar com outros líderes europeus, pôde perceber que "a Itália foi o país que fez mais e primeiro" em relação à crise.

Na semana passada, Berlusconi já havia declarado que as medidas anticrise de seu governo são "muito mais criativas" que as adotadas por outros países da União Europeia e também havia afirmado conhecer "todas as iniciativas tomadas pelos outros países" e que "foram menos rápidas que as nossas".

O otimismo de Berlusconi, entretanto, contrasta com os números da economia italiana divulgados recentemente. Ainda na última semana, o Instituto de Estatísticas (Istat) do país revelou que em janeiro as exportações caíram 25,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, pior desempenho registrado em 22 anos.

O mesmo órgão havia divulgado anteriormente a informação de que o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália encolheu 1% em 2008, maior retração desde 1975, e para este ano, o Banco Central prevê uma queda ainda maior: de 2,6%.

Fonte:
JB Online