BCE mantém taxa de juros a 2% a.a.
09/01/2009
Londres, 8 de Outubro de 2004
– O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa básica de juros em 2%, seu nível mais baixo das últimas seis décadas, devido, entre outras coisas, aos sinais de que os preços recordes do petróleo e a crescente taxa de desemprego estão reduzindo o ritmo do crescimento econômico dos 12 países que adotaram o euro como moeda.
Os 18 responsáveis pela política monetária do banco têm optado por manter a taxa de juros inalterada desde junho de 2003. O Banco da Inglaterra também manteve o custo dos empréstimos inalterado, conservando sua taxa básica no nível mais alto dos últimos três anos, em 4,75%, após ter realizado cinco reajustes desde novembro do ano passado.
Os preços do petróleo, acima de US$ 50 o barril, o valor dos contratos futuros do cobre e do alumínio – em seu patamar mais elevado dos últimos nove anos – e a taxa de desemprego da zona do euro, em 9%, representam um risco à recuperação da economia da região, que no ano passado registrou seu mais lento ritmo de crescimento da última década. O presidente da autoridade monetária européia, Jean-Claude Trichet disse ontem que, embora tenha surgido “uma certa incerteza” sobre a recuperação da economia, a expansão “continua”.
“Eles podem esperar sentados”, disse Andrew Bosomworth, administrador de fundos da Pacific Investment Management Co. , de Munique, que administra cerca de US$ 400 bilhões em ativos. “De onde virá o consumo? As pessoas estão sendo demitidas e os empregos estão migrando para a Ásia.”
Com o BCE prevendo uma taxa de inflação menor para o ano que vem, Trichet dispõe de tempo para aguardar uma recuperação da economia antes de ter que seguir o exemplo do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) e do Banco da Inglaterra e aumentar sua taxa de juros. O Fed elevou sua taxa básica três vezes desde junho passado, após tê-la reduzido para seu nível mais baixo dos últimos 46 anos em junho de 2003. Atualmente, a taxa de juros norte-americana está em 1,75 %.
“A Europa ainda não atingiu os níveis de emergência em termos de juros” que os EUA alcançaram, disse Alan Ruskin, diretor de pesquisa da 4Cast Inc., empresa de consultoria econômica mundial. “A percepção é que há mais capacidade ociosa na Europa do que nos EUA. Há menos perspectiva de uma aceleração de grandes proporções.”
Gazeta Mercantil
Bloomberg News