BC reduz estimativa de crescimento do PIB de 4% para 3,5% em 2006

09/01/2009

BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central reduziu nesta quinta-feira sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2006 de 4% para 3,5%. A revisão está concentrada nos setores de agropecuária e indústria, de acordo com o mais recente Relatório Trimestral de Inflação da instituição.

O BC diminuiu também sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, de 3,8% para 3,4%. A inflação projetada para 2007, contudo, foi elevada ligeiramente na comparação com a estimativa do relatório de junho: de 4,2% para 4,3%.

A meta do governo para a inflação em 2006, 2007 e 2008 é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

“Para os próximos meses, não se vislumbram pressões generalizadas sobre preços, sejam de ordem inercial ou relacionadas à recuperação de margens, o que contribui para consolidar as expectativas de que a inflação continue evoluindo de acordo com a trajetória de metas fixada para 2006, 2007 e 2008,” informou o BC.

No caso do Produto Interno Bruto (PIB), a nova previsão do BC ainda é superior à do mercado. De acordo com levantamento feito pelo BC com analistas —divulgado na segunda-feira— o mercado acredita que a economia brasileira crescerá 3,09% em 2006.

A previsão do BC é menor do que a defendida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que insiste que a economia brasileira vai conseguir fechar o ano com uma expansão de 4%.

Segundo o BC, a revisão de sua projeção para o desempenho do PIB levou em conta, principalmente, expansão menor da agropecuária e da indústria, cujas estimativas de crescimento passaram de “3,6% para 3% no primeiro caso, e de 5,4% para 4%no segundo”.

“A taxa de crescimento prevista para o setor de serviços, que habitualmente se mostra mais estável, foi reduzida de 3% para 2,8%, influenciada, por um lado, pelas reduções nas estimativas para os setores da agropecuária e da indústria, e, por outro, pela evolução favorável da demanda doméstica”, informou o BC.

Fonte:
Reuters
Cesar Bianconi