BC prevê inflação mais alta e juros sobem no mercado

09/01/2009

Mesmo após a elevação dos juros, o Banco Central prevê em 2005 uma inflação de 5,6%, superior à meta ajustada para o ano, de 5,1%. Os dados constam do relatório trimestral de inflação de setembro e recolocaram no mercado a hipótese de uma alta mais forte da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Houve significativa piora nas projeções oficiais de 2004 e 2005, comparadas aos números do relatório de junho. Para 2004, a inflação projetada no IPCA subiu de 6,4% para 7,2% e, em 2005, de 4,4% para 5,6%. O cenário básico, que projeta inflação de 5,6% no próximo ano, assume como hipótese taxa de juros de 16,25% ao ano por período indefinido de tempo e taxa de câmbio estável em R$ 2,90. Ou seja, se o juro ficar como está, a inflação fica acima dos 5,1% perseguidos como objetivo pelo BC. Outro pressuposto é um câmbio de R$ 3,17 no fim de 2004. A essa taxa, os modelos do BC apontam uma inflação ainda maior, de 6,4% em 2005.

Com o relatório, o BC amplificou o sinal de que a taxa Selic persistirá em alta. Ele acrescentou detalhes sobre as expectativas do BC suficientes para que bancos revisassem de 17% para 17,5% a Selic prevista para dezembro. O relatório não menciona o esforço fiscal adicional contra a inflação, com a elevação do superávit primário de 4,25% para 4,5%, e ratifica a interpretação do presidente do BC, Henrique Meirelles, de que as políticas monetária e fiscal são independentes. O sinal é de que o amortecimento da intensidade da alta de juros pelo aumento do superávit fiscal poderá não ocorrer.

Todas as projeções de juros, até 2007, subiram após o relatório. O contrato que reflete as apostas para este mês projeta CDI de 16,29%, compatível com uma Selic de 16,70% no fim de outubro. O prognóstico para a virada do ano avançou de 16,63% para 16,67%.

Valor Online
1/10/2004